“Canções Para Pequenos Ouvidos” anima crianças no IBC

Espetáculo traz músicas, danças e diálogos sobre questões como a correria do cotidiano e da importância de ser criança

VARIEDADES - SANDRA PRATA

Data 13/11/2018
Horário 04:00
José Reis: Cinco palhaços tomam o palco e os sorrisos da criançada no Centro de Eventos IBC
José Reis: Cinco palhaços tomam o palco e os sorrisos da criançada no Centro de Eventos IBC

O Centro de Eventos IBC foi preenchido por crianças e pelo som de múltiplos instrumentos durante a manhã de ontem, com a apresentação da Orquestra Modesta. A companhia que se apresentou pelo 24º Fentepp (Festival Nacional de Teatro de Presidente Prudente), é natural de São Paulo e está na estrada desde 2015, trazendo pela primeira vez em terras prudentinas o espetáculo autoral “Canções Para Pequenos Ouvidos”. Com músicas, coreografias de dança, diálogos, interagiram com um público de 340 crianças durante 60 minutos. Os cinco personagens – Nina Rosa, Brocolino, Chica da Silva, Bruce e o Maestro Sandoval – abordam temas reflexivos como correria da rotina e a importância de ser criança.

O espetáculo gira em torno da apresentação de Sandoval que, munido de instrumentos de corda, sopro e bateria, aguarda a chegada de “artistas renomados”. Até que, de repente, é surpreendido com a chegada de quatro palhaços. Estes que seriam definidos como: arteiros e trapalhões. No decorrer do enredo, os palhaços conquistam um espaço no palco para compartilhar com o público o que sabem de melhor: rir e cantar.

Na plateia, as ações se intercalavam, hora eram palmas e assovios, hora era coral de risadas. Em meio a euforia estava, logo na primeira fileira da arquibancada, Alicia Junqueira e o colega de turma Ezequiel. Os pequenos de 8 anos, estavam acompanhados de outros 98 amigos da LBV (Legião da Boa Vontade). Quando questionados sobre o que mais gostaram no espetáculo, ambos concordam em dizer que foram as músicas. “Tem bastante instrumentos, e isso deixa tudo alegre e feliz”, pontua Alicia. Enquanto para o amigo, as cores das roupas dos personagens também chamaram atenção. “Já viemos nos Salão do Livro, e teve uma peça, mas não era assim, essa é mais legal”, explica.

Acompanhado os pequeninos estava a educadora Agnes Nogueira. De acordo com ela, todos os anos a LBV prestigia o festival. “Muitas vezes o único contato que eles terão com a cultura é por meio dessas ações públicas, por isso, é importante que exista sempre investimento”, explana. Para ela, é fundamental nessa idade [de 6 a 14 anos] pois a cultura contribui para a formação enquanto cidadão e ser humano. “Eles ainda possuem o lúdico muito forte, então, antes de diversão, é aprendizado”, conta.

Enquanto isso, do outro lado da arquibancada estava a Escola Municipal João Sebastião Lisboa que, por meio do Programa de Educação Integral Cidadescola, levou 40 crianças para assistirem o espetáculo. De acordo com a coordenadora do programa, Alessandra Cristina da Costa, é a primeira vez que os pequenos visitam o Fentepp. “Não foram só eles que curtiram, eu mesma me vi rindo e com os olhos presos no palco [risos]”, relata. Para ela, o Fentepp traz visibilidade para a cidade, porém, antes disso, incentiva o hábito cultural nas novas gerações e isso, para ela, “é o mais importante”.

 

Do carnaval aos palcos

O objetivo é, além de fazer rir, fazer pensar, isso é o que diz Alexandre Maldonato, ou Brocolino, um dos atores palhaços da peça. Para ele, o mundo no qual estamos inseridos - de correria diária e conexão com internet - está fazendo com que as novas gerações percam o contato com as coisas mais simples da vida. Essas que “muitas vezes estão no quintal de casa que, por causa da internet, não visitamos há tempos”, expõe.

Por isso, a mensagem que buscam levar para os espectadores é a de que a lembrança de ser criança e a memória das coisas vividas nessa época, não devem, nunca, serem apagadas. “A arte precisa ser disseminada, não existe como desassociá-la da vida cotidiana, então ter um espaço como o Fentepp para expor nossa arte, é único”, denota.

 

Programação de hoje:

Peça “Henriques” às 10h e às 14h no Centro de Eventos IBC. O enredo da Cia. Vagalun Tum Tum traz a história do príncipe Henrique um jovem rebelde que vive como um arruaceiro junto aos amigos Falstaff e Pistola. Desmotivado pelo povo e pelo pai, rei Henrique IV, parece não se importar com o fato de que as pessoas não o acham suficiente para exercer o cargo de futuro rei da Inglaterra. Todavia, com a morte de seu pai, o jovem se vê na condição de herdeiro do trono. Às 11h, tem “Terra Abaixo, Rio Acima”, pela Cia. Cênica, de São José do Rio Preto, na Praça Nove de Julho. Já às 15h e às 21h, tem Oficina de Dramaturgia com Grasse Passô, no Sesc Thermas. Às 15h tem ainda Roda de Conversa “Teatro e Realidade – Narrativas Brasileiras”, no Centro Cultural Matarazzo. No Teatro Paulo Roberto Lisboa, a Cia. da Palavra, da capital paulista, apresenta “Hotel Mariana”, às 20h. E no Anfietatro I da Unesp, também às 20h, é encenado “Os Outros Reservas”.

 

 

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