O espetáculo “Chorume” é encenado no Sesc Thermas de Presidente Prudente, hoje, com entrada gratuita, como a última parte da trilogia “Placas Tectônicas”, complemento de “Não Nem Nada” (2014) e “Arrã” (2015). O grupo ainda ministra oficina gratuita aos interessados.
A peça extrai do lixo o chorume: as relações superficiais, a falência das instituições, os absurdos da modernidade. Matéria prima do diretor Vinicius Calderoni para lançar o homem em questões de transformações no mundo atual e sua posição nesses cenários emergentes.
Encenado pelos atores da Cia. Empório de Teatro Sortido, de São Paulo, o espetáculo ocorre na Área de Convivência do Sesc e tem início às 20h30, com entrada gratuita. Os ingressos devem ser retirados uma hora antes da apresentação, na Central de Atendimento da unidade. Após a apresentação, o elenco participa de um bate-papo com o público, mediado pelo ator e diretor prudentino Denilson Biguete.
Na montagem, os atores revezam-se em dezenas de personagens nos jogos teatralizados por meio do texto ágil, picotado e criativo de Vinicius Calderoni. Em comum, as dezesseis cenas giram em torno do lixo, do descartável em seus múltiplos significados, coisas desprezíveis do dia a dia. Os descasos sociais, os exageros em nome do politicamente correto e sátiras aos programas televisivos originam divertidas situações.
Apesar de não seguirem um mesmo enredo, “Não Nem Nada” (2014), “Arrã” (2015) e “Chorume” (2017) são configurados como trilogia pela exploração que empreendem às placas tectônicas da modernidade. Aos movimentos subterrâneos que, mesmo escondidos sob o fluxo de acontecimentos objetivos, interferem na formação das pessoas e nas suas relações pessoais.
Assim, no primeiro volume diversos personagens sobem ao palco para montar o cenário dessas transformações: uma modernidade marcada pela fragmentação, pelo excesso, pela (in) comunicação.
Oficina teatral
Como fazer emergir o teatro a partir de retalhos e excertos de linguagem e de leitura imprópria para o palco? Como este teatro que se constrói através da desconstrução e da problematização sobre a linguagem pode ressoar questões urgentes do nosso tempo? São estas as provocações centrais que nortearam a investigação presente na Oficina de Implosão.
A aula, ministrada pelo elenco do espetáculo “Chorume”, ocorreu ontem, no Centro Cultural Matarazzo. A oficina configura-se como um misto de diário de bordo, que desnuda e expõe procedimentos utilizados na criação do espetáculo, com uma reflexão ativa, repleta de exercícios e práticas coletivas, sobre os dispositivos através dos quais pode-se questionar o espírito do tempo por meio do fazer teatral.
Na atividade, foram abordados temas como a problematização sobre a linguagem na contemporaneidade, a guerra de narrativas na proliferação das redes sociais, as impurezas da fala humana revistas com a lupa do rigor dramatúrgico e a escolha da literatura imprópria para o palco como fonte de inspiração dramatúrgica.
Com AI
SERVIÇO
ESPETÁCULO – CHORUME
Com a Cia. Empório de Teatro Sortido, de São Paulo (SP)
Quando: Hoje
Horário: Às 20h30
Local: Área de Convivência do Sesc Thermas
Grátis
Classificação indicativa: 16 anos