“Chorume” aborda das relações contemporâneas

Última parte da trilogia “Placas Tectônicas”, dirigida por Vinicius Calderoni, peça é apresentada na hoje, a partir das 20h30

VARIEDADES - OSLAINE SILVA

Data 02/05/2018
Horário 18:15
Divulgação: As 16 cenas giram em torno do lixo, do descartável em seus múltiplos significados
Divulgação: As 16 cenas giram em torno do lixo, do descartável em seus múltiplos significados

O espetáculo “Chorume” é encenado no Sesc Thermas de Presidente Prudente, hoje, com entrada gratuita, como a última parte da trilogia “Placas Tectônicas”, complemento de “Não Nem Nada” (2014) e “Arrã” (2015). O grupo ainda ministra oficina gratuita aos interessados.

A peça extrai do lixo o chorume: as relações superficiais, a falência das instituições, os absurdos da modernidade. Matéria prima do diretor Vinicius Calderoni para lançar o homem em questões de transformações no mundo atual e sua posição nesses cenários emergentes.

Encenado pelos atores da Cia. Empório de Teatro Sortido, de São Paulo, o espetáculo ocorre na Área de Convivência do Sesc e tem início às 20h30, com entrada gratuita. Os ingressos devem ser retirados uma hora antes da apresentação, na Central de Atendimento da unidade. Após a apresentação, o elenco participa de um bate-papo com o público, mediado pelo ator e diretor prudentino Denilson Biguete.

Na montagem, os atores revezam-se em dezenas de personagens nos jogos teatralizados por meio do texto ágil, picotado e criativo de Vinicius Calderoni. Em comum, as dezesseis cenas giram em torno do lixo, do descartável em seus múltiplos significados, coisas desprezíveis do dia a dia. Os descasos sociais, os exageros em nome do politicamente correto e sátiras aos programas televisivos originam divertidas situações.

Apesar de não seguirem um mesmo enredo, “Não Nem Nada” (2014), “Arrã” (2015) e “Chorume” (2017) são configurados como trilogia pela exploração que empreendem às placas tectônicas da modernidade. Aos movimentos subterrâneos que, mesmo escondidos sob o fluxo de acontecimentos objetivos, interferem na formação das pessoas e nas suas relações pessoais.

Assim, no primeiro volume diversos personagens sobem ao palco para montar o cenário dessas transformações: uma modernidade marcada pela fragmentação, pelo excesso, pela (in) comunicação.

 

Oficina teatral

Como fazer emergir o teatro a partir de retalhos e excertos de linguagem e de leitura imprópria para o palco? Como este teatro que se constrói através da desconstrução e da problematização sobre a linguagem pode ressoar questões urgentes do nosso tempo? São estas as provocações centrais que nortearam a investigação presente na Oficina de Implosão.

A aula, ministrada pelo elenco do espetáculo “Chorume”, ocorreu ontem, no Centro Cultural Matarazzo. A oficina configura-se como um misto de diário de bordo, que desnuda e expõe procedimentos utilizados na criação do espetáculo, com uma reflexão ativa, repleta de exercícios e práticas coletivas, sobre os dispositivos através dos quais pode-se questionar o espírito do tempo por meio do fazer teatral.

Na atividade, foram abordados temas como a problematização sobre a linguagem na contemporaneidade, a guerra de narrativas na proliferação das redes sociais, as impurezas da fala humana revistas com a lupa do rigor dramatúrgico e a escolha da literatura imprópria para o palco como fonte de inspiração dramatúrgica.

 

Com AI

 

SERVIÇO

ESPETÁCULO – CHORUME

Com a Cia. Empório de Teatro Sortido, de São Paulo (SP)

Quando: Hoje

Horário: Às 20h30

Local: Área de Convivência do Sesc Thermas

Grátis

Classificação indicativa: 16 anos

 

 

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