Por décadas, a realização de um curso superior foi sinônimo de sucesso na vida profissional. Em meio a tanta transformação tecnológica e com a entrada da geração Z no mercado de trabalho, tornou-se comum ouvir o discurso de que fazer um curso superior não é mais garantia de sucesso.
Seguindo essa nova onda, algumas empresas estão divulgando em seu processo de recrutamento que não é mais necessário ter um curso de graduação para concorrer a suas vagas. Basta apenas ter as hard skills (habilidades técnicas) necessárias. Levando isso em consideração, então podemos afirmar que é o fim das universidades?
Embora pareça uma pergunta de fácil resposta, ao analisar com mais profundidade percebe-se que não. É claro que hoje, devido à automação, uma hard skill pode ser adquirida em um curso livre, mas é somente isso que as empresas buscam em seus candidatos? É claro que não. O maior desafio das organizações é encontrar pessoas com as soft skills (habilidades comportamentais).
E onde essas habilidades comportamentais são desenvolvidas? Em um curso superior, ou seja, na universidade. É nesse ambiente que o futuro profissional irá desenvolver a sua comunicação, aprenderá a ter atitude proativa perante os problemas, a resolver conflitos, a ter um pensamento criativo, a tomar decisão de forma rápida e assertiva, a ser empático, ser líder, ser persuasivo, etc.
A universidade sempre foi e continuará sendo o maior celeiro de oferta e de conhecimento de um futuro profissional
A universidade sempre foi e continuará sendo o maior celeiro de oferta e de conhecimento de um futuro profissional. O seu papel não é apenas desenvolver habilidades profissionais, mas também pessoais que são imprescindíveis.
As habilidades técnicas sem as comportamentais no mercado de trabalho, por si só, não são diferenciais, principalmente quando pensamos nas novas gerações que estão entrando no mercado. Elas possuem uma facilidade muito grande de aquisição das hard skills, mas com muita dificuldade de desenvolvimento das soft skills.
De maneira alguma é o fim das universidades, mas sim o início de um novo ciclo de valorização dessas habilidades.
