É possível alterar o processo de envelhecimento?

OPINIÃO - Sergio Munhoz Pereira

Data 29/08/2019
Horário 02:45

Envelhecer exige reinvenção de papéis e preparo desde cedo. O envelhecimento é um processo de diminuição orgânica e funcional, não decorrente de doença. A pessoa é considerada idosa a partir dos 65 anos, mas desde o nascimento são observados os danos provocados dentro das células.

Pele, cabelos, unhas, dentes e o formato de olhos, nariz e boca se modificam lentamente. Para controle, recomenda-se o uso de protetores solares e exposição solar não excessiva, a utilização de roupas próprias para cada estação, e evitar fumo, drogas e bebidas alcoólicas.

Em pessoas que não fumam ou que têm um distúrbio pulmonar, as alterações e perdas de função dos pulmões não afetam as atividades ordinárias, mas podem dificultar o ato de exercitar-se. Recomenda-se evitar exposição à poeira e à fumaça (seja de queimadas ou fábricas) e derivados de combustíveis e produtos químicos. Se não for possível, que se faça uso de máscaras.

A comida passa a ser esvaziada do estômago mais devagar, já que não se pode reter tanta comida. O trato digestivo pode produzir menos lactase: idosos mais facilmente desenvolvem intolerância a produtos lácteos (resultando em inchaço, gases ou diarreia após o consumo). Além de uma alimentação sem excesso de açúcar, gordura e condimentos, deve-se evitar a automedicação.

Se há um sistema que sinalizará que o envelhecimento chegou, é o musculoesquelético. Há uma aversão a atividades físicas desde a infância, e quando ficamos velhos, queremos “correr atrás do prejuízo”. O exercício físico regular para fortalecer os músculos pode superar parcialmente ou retardar significativamente a perda de massa muscular e força.

As células do sistema imunológico identificam e destroem substâncias estranhas, como bactérias, e provavelmente as células cancerígenas. Vacinas tendem a conferir menos proteção em geral aos idosos, mas as contra gripe, pneumonia e herpes zóster são essenciais. Um completo programa de vacinações desde a infância tem mostrado que o número de doenças evitadas, especialmente as infectocontagiosas, preserva o sistema imunológico, que na velhice ainda pode exercer suas funções.

Finalmente, o cérebro: perdas substanciais de células cerebrais ocorrem principalmente em pessoas que tiveram um acidente vascular cerebral ou que têm doenças como de Alzheimer ou de Parkinson. Mesmo na velhice, novas células e novas conexões sinápticas podem se formar, e muitas vezes mais rapidamente e até sobrepondo as antigas.

Ambientes saudáveis familiares onde todos participam das discussões e decisões podem proporcionar ao idoso bom grau de discernimento. Programas de saúde física, mental e social são importantíssimos desde a mais tenra idade.

Seguir medidas educativas e compreender o processo de envelhecimento possibilitam que mudanças dos hábitos e atitudes proporcionem melhor qualidade de vida. Alterar o processo de envelhecimento é possível. Saúde!

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