Quando se fala em inclusão social, vem à tona uma série de questões e segmentos da comunidade. São várias as maneiras de se fazer esta inclusão. Porém, uma delas é pouco discutida: a importância da comunicação com surdos/mudos. Uma maneira é a comunicação através da Libras (Língua Brasileira de Sinais), uma forma de linguagem natural. O que a diferencia das demais línguas usadas hoje é que, em vez do som, utiliza os gestos como meio de comunicação.
Porém, a realidade é que poucas são as pessoas que dominam essa língua. É uma porcentagem pequena que se comunica através dos gestos. E assim, os deficientes auditivos, em algumas situações, enfrentam dificuldades, pois não conseguem fazer com que muitas pessoas os entendam. O mercado oferece vagas para intérpretes devido à legislação que estabelece o direito do indivíduo surdo de ser atendido em seu idioma em qualquer instituição pública. Assim, como ainda há poucos profissionais qualificados, são muitas as oportunidades para aqueles que sabem utilizar esse meio de comunicação.
Na última semana, a Faclepp (Faculdade de Artes, Ciências, Letras e Educação) da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) realizou a 6ª edição do Sarau em Libras, com a presença de Leonardo Castilho, surdo, diretor de cultura da Associação de Surdos de São Paulo e educador do MAM (Museu de Arte Moderna de São Paulo). Na ocasião, ele disse que há 10 milhões de surdos no Brasil, sendo que só no Estado de São Paulo contabiliza-se 3 milhões. Em uma de suas falas, afirmou que é preciso pensar mais nessa comunidade, pois está em um momento de criar muitas referências para eles e, também de se quebrar paradigmas.
Por isso, a importância em se falar além da língua. É essencial todos terem um pouco de noção da linguagem dos sinais para que ninguém se sinta fora da sociedade, ou excluído. É preciso que esse tipo de comunicação se torne um hábito, algo “comum” entre as pessoas. Que se tenham aulas nas escolas e que todos consigam se comunicar além da voz.