2.204 pessoas da região estão retidas na malha fina

Números foram divulgados ontem pela Receita e mostram aumento de 51% na quantidade de declarações irregulares em 2 anos

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 17/02/2018
Horário 11:25

O número de pessoas que caíram na Malha Fiscal da Declaração de Ajuste Anual da Pessoa Física, que é conhecida popularmente como malha fina, na região compreendida pela Receita Federal em Presidente Prudente, teve um aumento em 51,06%, uma vez que em 2016 o valor correspondia a 1.459 pessoas, que saltou para 2.204 no ano passado. Os contribuintes renderam neste último período um crédito em mais de R$ 6,1 milhões em malha fiscal. Dentre os fatores apontados estão a ausência de tributação no ganho de capital e maior capacidade da Receita em identificar tais situações irregulares.

Os números mostram ainda que, durante fiscalizações, a entidade emitiu autos de infração a 50 pessoas físicas em 2016, que apresentaram queda para 33 casos em 2017(veja a tabela). Já nos autos das pessoas jurídicas, o valor passou de 27 para 41 no ano passado. O total de crédito lançado em autos de infração nos dois anos também apresentou aumento, uma vez que passou de R$ 1.975.566,89 para R$ 6.197.291,80 no período seguinte. O montante total de lançamentos, ao juntar crédito da malha fina e autos de infração, corresponde a um aumento em 46%, já que passa de R$ 150.457.603,36 para R$ 219.336.926,73.

Para a Receita Federal, a fiscalização que envolve pessoas físicas concentra-se em autuações cuja principal ocupação declarada foi proprietário e dirigente de empresa, sendo que a principal infração cometida foi a ausência de tributação no ganho de capital oriundo de venda e permuta de ações. “Temos hoje, também, a maior capacidade de identificar essas situações, com monitoramento diferenciado e contribuintes com maiores ganhos”, ressalta.

 

É preciso ter consciência de que o contribuinte deve se adequar às normas da Receita e não tentar burlar os encargos

Maurício Guimarães,

contador

 

Incoerência de dados

O contador Everson Juarez esclarece que a malha fina é um cruzamento que a Receita faz entre as informações prestadas pelo contribuinte, seja físico ou jurídico, com as informações fornecidas pelas fontes pagadoras. “Essa ação é emitida, por exemplo, por planos de saúde, cartórios e imobiliárias”, afirma. Everson ressalta que são diversos os motivos pelos quais os números e arrecadações apresentaram aumento, bem como a sonegação de impostos, erro de lançamento ou até mesmo falhas no ato da declaração.

“A malha, para a pessoa física, é como se fosse uma oportunidade de regularizar a incoerência de dados. Vale lembrar que os contadores estão ai para auxiliar no ato da declaração, pois é uma ação que exige técnica e pode evitar transtornos futuros”, informa o Everson.

Já o contador Maurício Guimarães lembra que os números podem estar associados com o sistema de fiscalização do governo, que “evolui” a cada ano, e permite com facilidade encontrar irregularidades, propositais ou não, nas declarações emitidas. “Dificilmente a pessoa jurídica cai na malha fina, o processo para elas é mais rígido. A física, no entanto, deve ver isso como uma oportunidade. É preciso ter consciência de que o contribuinte deve se adequar às normas da Receita e não tentar burlar os encargos”, expõe.

 

Valores autuados na região de Presidente Prudente
Ano Total de pessoa física Total de pessoa jurídica Quantidade de malha fiscal Crédito lançado em auto de infração Crédito lançado em auto de infração Total de lançamento
2016 50 27 1.459 R$ 148.482.036,9 R$ 1.975.566,89 R$ 150.457.603,36
2017 33 41 2.204 R$ 213.139.634,93 R$ 6.197.291,80 R$ 219.336.926,73
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