41% dos municípios têm baixo desenvolvimento em emprego e renda

“A crise econômica, que teve início em 2014 e causou forte recessão no país, fez com que o nível socioeconômico das cidades brasileiras retrocedesse três anos”, expõe a pesquisa

REGIÃO - GABRIEL BUOSI

Data 05/07/2018
Horário 04:02

Após analisar a área de emprego e renda, o IFDM (Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal) apontou que 22 (41,5%) dos 53 municípios da 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo, região de Presidente Prudente, se enquadram na categoria baixo desenvolvimento no setor, uma vez que neles compreendem notas que vão de 0 a 0,4, sendo que quanto mais próximo do 1,0 melhor será a avaliação. Das demais cidades, 26 estão na categoria desenvolvimento regular, e outras cinco em desenvolvimento moderado, melhor categoria encontrada na região. Já no que diz respeito ao índice geral, que avalia ainda as áreas de educação e saúde, 44 (83%) municípios se enquadram na categoria desenvolvimento moderado, e dois deles se destacaram no ranking nacional, sendo Estrela do Norte em terceiro lugar e Presidente Prudente na 64ª colocação das 100 melhores.

O IFDM é divulgado pelo Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), que analisa as áreas estudadas em todos os Estados do país, mas o levantamento apresentado no mês de junho tem 2016 como ano-base, sendo estes os números mais recentes da pesquisa. Para esta edição foram analisados 5.471 municípios, que correspondem a 99,5% da população brasileira.A crise econômica, que teve início em 2014 e causou forte recessão no país, fez com que o nível socioeconômico das cidades brasileiras retrocedesse três anos”, informa o Sistema Firjan.  

A avaliação é realizada ainda, conforme o estudo, a partir das conquistas e desafios socioeconômicos de competência municipal, como a manutenção de ambiente de negócios propícios à geração local de emprego e renda, educação infantil e fundamental, bem como atenção básica à saúde. As notas vão de 0 a 1, sendo quatro as categorias: baixo desenvolvimento (de 0 a 0,4), desenvolvimento regular (0,4 a 0,6), desenvolvimento moderado (de 0,6 a 0,8) e alto desenvolvimento (0,8 a 1).

Na área de emprego e renda, o IFDM informa que, entre 2015 e 2016, ano-base desta pesquisa, foram fechados quase 3 milhões de postos de trabalhos formais no país, o que corresponde a quase 60% dos municípios com o fechamento de postos de trabalho registrados. “Políticas macroeconômicas para o equilíbrio fiscal e gestão eficiente dos recursos públicos são essenciais para que as cidades se recuperem e atinjam nível de desenvolvimento que atenda às necessidades dos brasileiros”, expõe o Sistema Firjan.

Visão local

A Prefeitura de Álvares Machado ficou em 11º lugar no ranking regional, com nota 0,7604, sendo que na área de emprego e renda foi avaliada em 0,5407, o que significa um desenvolvimento regular. Questionada, a administração informa que a situação geral em que o país vive tem se refletido nos municípios, e lembra que o poder público possui uma capacidade “limitada” para a geração de empregos. “Atualmente, o município participa de uma capacitação do programa do governo do Estado de São Paulo de orientação profissional e reorientação de carreira, que tem como objetivo auxiliar na inserção ou retorno ao mercado de trabalho”, expõe.

Já Flórida Paulista foi o município que apresentou a pior nota em âmbito regional, com 0,5483, mas ainda classificado na categoria regular, mas, por outro lado, foi avaliada com a pior nota no que diz respeito à geração de emprego e renda, com 0,2379. “O município tinha como principal empregador a Usina Floralcool, de açúcar e álcool, que vinha com dificuldades financeiras e, no ano de 2015, encerrou as atividades”, comenta o prefeito Wilson Fróio (PMDB). Ele lembra que a usina empregava aproximadamente 3 mil funcionários durante a safra, e com o encerramento das atividades, a economia e geração de emprego na cidade ficou comprometida. “A atual administração está à procura de interessados em reativar a usina, mas, devido à crise nacional econômica, não tem obtido êxito”, acrescenta.

A reportagem entrou em contato com outras prefeituras, como Estrela do Norte e Presidente Prudente, que foram mencionadas no texto, mas não obteve retorno até o fechamento deste texto.

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