A bola da vez

OPINIÃO - Arlette Piai

Data 22/10/2019
Horário 04:27

Em março, quando o presidente Jair Bolsonaro retornou dos Estados Unidos, trouxe declaração de apoio do presidente Trump para a entrada do Brasil na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Ingenuamente, talvez, o presidente do Brasil não percebeu que fora uma estratégica de estadista, pois essa e outras ocorrências já estavam quase prontas para o país.

O Mercosul com a União Europeia, segundo especialistas, é o ato mais importante que já ocorreu em toda a história do Brasil. Ele envolve um mercado de 750 milhões de consumidores e um PIB (Produto Interno Bruto) de US$ 19 trilhões, com capacidade de alavancar a retomada do crescimento econômico, empregos e abertura do novos tempos para o Brasil.

Entretanto, esse processo não é de agora, começou em 1999, no segundo governo Fernando Henrique, perdeu força com Lula e Dilma Rousseff, que apostaram no mercado interno e queriam empurrar a Venezuela para o Mercosul. Tais fatos afugentaram os líderes europeus. Com Temer, o acordo avançou e caiu amadurecido no colo do presidente Bolsonaro. Assim, nosso presidente, percebendo ou não, já iniciou o governo com a cara no gol. 

O Mercosul com a União Europeia, segundo especialistas, é o ato mais importante que já ocorreu em toda a história do Brasil

Com tudo encaminhado, os analistas viram a oportunidade de o Brasil impulsionar as exportações em US$ 100 bilhões e os investimentos em US$ 113 bilhões. Um alívio, no rastro da recessão e da estagnação brasileira. Claro que o presidente Trump sabia de tudo isso e muito mais, mas desejou levar a glória. Entretanto, depois das ações e palavras do presidente Bolsonaro que assustou Merkel, surpreendeu Macron, e arrepiou Xi Ji Ping, minou a confiança dos países europeus.

Aí está envolto o perigo de se perder o grande salto para a economia brasileira. Falar sem pensar em consequências é bonito e até gracioso nas crianças. Mas governar, todo cidadão comum sabe que é preciso controlar os excessos, construir articulações, pensar nas consequências de palavras e ações e, acima das vaidades, focar prioridades – como dever primeiro. Nunca os ventos sopraram tão forte a favor do Brasil como no atual momento histórico. E, nós brasileiros, não merecemos que sejam perdidos.

 

 

 

 

 

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