A edição de ontem de O Imparcial trouxe uma importante projeção para 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo. Segundo dados disponibilizados pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), em 2050 a região de Presidente Prudente terá o equivalente a 31,88% da sua população composta por pessoas com mais de 60 anos. Deste total, a população com mais de 75 anos será maioria e representará 11,95% da região. Que envelheceremos todos sabemos, este é o ciclo natural da vida e a única coisa que pode interrompe-lo é a morte. Mas ninguém morre – ou pelo menos não deveria – antes da hora e, por isso, a pergunta que deve ser feita não é se ficaremos velhos, mas como envelheceremos? O que importa não é o quanto viveremos, mas como. Não é a quantidade de anos que separará o nascimento do falecimento na lápide, mas a qualidade, o conteúdo do epitáfio.
O que preocupa é que, ao passo que a população vai envelhecendo, a Pesquisa Nacional de Saúde mais recente, datada de 2013, identificou que 11,2 milhões de brasileiros têm depressão. E pior, quando agrupados por faixa etária, dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que faixa dos 60 a 64 anos lidera o ranking, com 11,1% dos indivíduos diagnosticados.
E um dos grandes responsáveis por este cenário, se não o maior, tem nome: chama-se frustração. Além de fatores psicossociais, como pobreza, violência, desagregação da família e problemas de saúde, o desapontamento consigo, com aquilo que o cerca, com sua situação atual e o peso do passado, torna os idosos pessoas amarguradas, tristes, frustradas, presas a culpa por não terem satisfeito um desejo ou uma tendência fundamental ao longo da vida. Soma-se o excesso de passado com a incerteza do futuro, ou a certeza de um fim próximo, e o resultado é uma tristeza mórbida que resulta em verdadeiros mortos-vivos. E o problema se constitui ainda maior quando a frustração carregada pelos idosos já pode ser vista nos jovens de hoje, que serão os idosos de 2050.
Mais do que envelhecer com menos estresse e cuidando da saúde, é necessário dar a vida aquilo que ela demanda: intencionalidade, propósito, razão. Não adianta viver acreditando que o acaso vai lhe proteger enquanto você andar distraído! A vida não tolera a indiferença! Não suporta a insensatez! Quando assim se vive se acumula pendências, parcialidades, que constituem seres mal resolvidos, frustrados. Todos precisam de um motivo para viver e, para tal, viver de maneira integra cada momento dos seus dias, remindo o tempo, e tendo a certeza que está dando tudo de si em todas as suas relações!