Ações no Dia Mundial do Rim

Ontem, em Prudente, Carim e HR focaram no exame da creatinina, indispensável para o diagnóstico precoce das doenças renais crônicas

PRUDENTE - MARCO VINICIUS ROPELLI

Data 13/03/2020
Horário 06:11
AI do HR - No Hospital Regional, pacientes e familiares receberam orientações sobre exame de creatinina
AI do HR - No Hospital Regional, pacientes e familiares receberam orientações sobre exame de creatinina

Em alusão ao Dia Mundial do Rim, comemorado ontem, 12 de março, algumas instituições dedicadas à saúde realizaram ações de conscientização e prevenção. O Carim (Associação de Apoio ao Paciente Renal Crônico) realizou, entre 8h e 11h, na Fundação Inova Prudente, uma manhã de exames gratuitos à comunidade, em especial o de creatinina, que é tema da campanha lançada pela SBN (Sociedade Brasileira de Nefrologia) em 2020: “Ame seus rins, dose sua creatinina”.

De acordo com o médico nefrologista voluntário do Carim, Gustavo Navarro Betônico, a doença renal crônica, maior causa que leva pacientes à hemodiálise, em estágios iniciais é assintomática, e a única maneira de diagnóstico é o exame da creatinina. “Essa ação é pelo diagnóstico precoce, prevenção para que os grupos de risco não cheguem à hemodiálise”, completa a assistente social do Carim, Elaine de Oliveira Almeida, 38 anos.

“A prevenção é custo zero, já o paciente na máquina exige um alto custo. A prevenção não é dolorida, não é sofrida”, acrescenta Elaine. Os que mais precisam estar atentos à saúde dos rins são os que compõem o grupo de risco: pessoas com diabetes; hipertensos; idosos; obesos; histórico de doença do aparelho circulatório; histórico de doença renal crônica na família; tabagismo; e uso de agentes nefrotóxicos, principalmente medicações que necessitam de ajustes em pacientes com alteração da função renal.

No caso de detectadas alterações no exame de creatinina, os profissionais do Carim convocarão o cidadão para que seja explicado o grau da insuficiência renal, bem como, sejam dados os primeiros passos do tratamento, que, a depender da gravidade, pode ser, até mesmo, simples mudanças de hábitos, como alimentação e atividades físicas. Os resultados sem alterações serão informados por meio de ligação.

A dona de casa Regilane Voropiev Guevara, 49 anos, afirma considerar importante monitorar a saúde dos rins. Ela, por ter pressão alta, se dedica ainda mais aos cuidados. Também hipertenso, o aposentado Francisco Carlos Mendes do Nascimento, 60 anos, foi liberado da fisioterapia na ESF (Estratégia de Saúde da Família) para realizar os exames. “A expectativa é ter bons resultados, se Deus quiser”, salienta.

HR TAMBÉM

CONSCIENTIZA

Também na manhã de ontem, equipes estiveram em frente ao ambulatório do HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo para orientar pacientes e acompanhantes sobre como cuidar melhor da saúde dos rins e a importância de realizar o exame de creatinina. Cerca de 60 pessoas participaram da ação, com palestra da médica nefrologista do HR, Luciana Camargo.

Como noticiado ontem por este diário, o Hospital Regional registrou um aumento de 7% no atendimento aos pacientes com problemas renais no último ano. Enquanto em 2018 foram 1.029 pessoas atendidas no ambulatório de nefrologia ou através de internação, em 2019, 1.106 pacientes necessitaram de atendimento na unidade. Além disso, o setor de hemodiálise, que possui capacidade para 150 pacientes, realiza, em média, 1,8 mil sessões de diálise por mês.

SAIBA MAIS

CURIOSIDADE

De acordo com a SBN, a creatinina é produzida pelos músculos e eliminada pela urina, mas pode se acumular no sangue, caso os rins não consigam eliminá-la. Por isso, fazer exame de sangue ou de urina para detectar o nível da creatinina no corpo é a melhor forma para descobrir precocemente se os rins não estão funcionando bem.

AS OITO DICAS DE OURO

O médico Gustavo Betônico afirma que existem oito recomendações da SBN que são indispensáveis ao combate preventivo da doença renal crônica e que todos podem realizar:

  1. Manter a pressão arterial no limite normal. Níveis maiores ou iguais à 140/90 é fator de risco;
  2. Tratar do diabetes tipo 1 ou tipo 2: a glicemia deve estar controlada;
  3. Tratar a obesidade, pois há relação direta entre o sobrepeso e a doença renal;
  4. Não fumar: o tabagismo faz mal aos rins, tendo em vista que este é intimamente ligado ao sistema vascular;
  5. Ingerir muito líquido. A recomendação é urinar ao menos dois litros diariamente, e para isso é preciso beber, no mínimo, essa quantidade de água;
  6. Evitar medicamentos que façam mal aos rins, especialmente anti-inflamatórios e alguns antibióticos (sempre procurar auxílio médico e nunca se automedicar);
  7. Manter o colesterol controlado. Lembrando que há relação direta entre a doença renal crônica e o sistema vascular;
  8. Conhecer sua creatinina. O exame é capaz de detectar qualquer problema que algumas das questões anteriores tenham causado ao seu rim.

Fonte: Sociedade Brasileira de Nefrologia

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