Os aglomerados produtivos que envolvem confecção, vestuário, couros, calçados e móveis foram classificados como a força da 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo, que é a região de Presidente Prudente, conforme dados do Mapa da Economia Paulista, da Desenvolve SP. O estudo é inédito e tem como intenção usar a base de dados para criar novos produtos e iniciativas que incentivem o desenvolvimento sustentável e o planejamento dos municípios paulistas.
Mesmo sem trazer números exatos, já que o diagnóstico é montado a partir de indicadores importantes previamente divulgados, o estudo aponta algumas cidades da região que se destacaram no que diz respeito aos aglomerados produtivos. Em relação à confecção e vestuário, por exemplo, estão no topo da lista as cidades de Adamantina, Inúbia Paulista e Osvaldo Cruz, ao passo que couros e calçados tiveram força em Presidente Prudente, Tarabai e Indiana. Para o setor dos móveis, Osvaldo Cruz é uma das que puxaram os dados positivos.
Além destes, o estudo apresenta ainda no quesito força o açúcar em bruto e refinado, alimentos para animais, massas, laticínios, produtos de carne e biocombustível. O Mapa da Economia Paulista traz ainda as oportunidades que podem surgir na região e que devem ganhar espaço daqui para frente. Entre as menções, estão os investimentos na renovação dos canaviais, inclusive com novas espécies, agricultura de precisão, informatização e conectividade. “Setor de energia fotovoltaica com potencial de expansão; cadeia de produção do couro: calçados e outros artefatos, moveleira e automotiva e o Hospital Regional do Câncer de Presidente Prudente, que abre espaço de desenvolvimento de serviços complementares”. Já entre os setores dinâmicos pelo faturamento, são citados os de bebidas, químico, material de transporte, máquinas e equipamentos.
“Nossa região tem grandes potenciais, mas é pouco explorada perto da sua capacidade e frente a outras regiões. Temos lutado para um cenário cada vez melhor, um exemplo disso é a apresentação, em breve, de dois projetos em Brasília para a criação de uma área de livre comércio e uma zona de processamento de exportações”, informa o presidente da Unipontal (União dos Municípios do Pontal do Paranapanema), Jorge Duran Gonzalez. Nos dois casos, o foco é a busca por incentivo tributário.
LUTA CONTRA AS
DEFICIÊNCIAS LOCAIS
Entre os pontos que não favorecem a região, segundo o Mapa da Economia Paulista, estão o baixo crescimento populacional, o que faz com que a PIA (População em Idade Ativa) apresente taxa negativa no final da projeção em 2030, a perda migratória em mais da metade dos municípios e os conflitos de terra. Para o presidente da Amnap (Associação dos Municípios da Nova Alta Paulista), Gilmar Martins, a região, de fato, tem apresentado fraquezas significativas e há uma mobilização para que esse panorama seja invertido.
“Há uma proposta para ser apresentada ao governo do Estado em janeiro, quando vamos pleitear uma zona franca na região. Ou seja, alíquotas diferenciadas de impostos para que as empresas se mantenham e não migrem para outros Estados ou regiões”, expõe o representante da Amnap. Isso ajudaria diversos segmentos, como criação de empregos, por exemplo, e a diminuição nas migrações populacionais. Ele não acredita, no entanto, que os conflitos de terra influenciem na escolha da região por parte de empresas, e afirma que o espaço geográfico é muito grande e pode ser aproveitado, “dependendo apenas de incentivos”.
SAIBA MAIS
O estudo também levantou como é a distribuição de empregos nos setores estratégicos das indústrias na região. Os quatro primeiro lugares juntos somam 76% do total dos postos de trabalho formal. Na ordem está o segmento de alimentos, com quase 40% da totalidade, seguido das empresas de biocombustíveis, com pouco menos de 20%, têxteis, com cerca de 10%, e calçadistas com 8%.