Alta na tarifa do ônibus onera trabalhadores

EDITORIAL -

Data 18/12/2019
Horário 04:01

Nos últimos dias, um assunto que ganhou destaque na imprensa prudentina e nas redes sociais foi o reajuste proposto pela Prudente Urbano para a tarifa praticada no transporte coletivo. Atualmente, os usuários pagam R$ 4,10 no valor da passagem e, caso o aumento seja aceito pela administração municipal, passariam a desembolsar R$ 4,70 – o que corresponderia a um crescimento de 14,63%. Em um cálculo simples, o trabalhador que depende do ônibus quatro vezes por dia e gasta, em média, R$ 492 ao mês, teria suas despesas elevadas para R$ 564 – R$ 72 a mais do orçamento familiar.

A possível mudança até mobilizou um abaixo-assinado contendo 1,1 mil assinaturas que foi entregue pela UEPP (União das Entidades de Presidente Prudente e Região) à Semob (Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana) na manhã de segunda-feira. O titular da pasta, Adauto Lucio Cardoso, afirmou que a tarifa é uma “preocupação do poder público, pois deve ser um valor que seja satisfatório para todos. Por outro lado, é preciso analisar os cálculos repassados pela empresa, a fim de que a mesma também tenha ‘saúde financeira’”.

Ninguém está questionando as dificuldades enfrentadas pela própria empresa, uma vez que ela também tem compromissos para serem honrados. Entretanto, embora a lei municipal assegure o reajuste uma vez por ano, o aumento proposto não deveria pesar tanto no bolso do trabalhador, considerando que a diferença de R$ 0,60 por passagem é significativa para um trabalhador cujo salário mínimo já é baixo.

Caso Prudente continue vivenciando reajustes tão altos na tarifa do ônibus, o que se verá, na prática, é a queda crescente do número de passageiros, que optarão por formas alternativas de transporte, como aquelas ofertadas por aplicativos de carona particular. Nesse caso, as viagens, quando divididas entre os caronistas, podem resultar em valores muito aquém da passagem do coletivo.

Tal desvalorização do serviço de transporte público acarreta em consequências para o trânsito, tendo em vista que menos pessoas no ônibus implicam em mais veículos de passeio nas ruas; e para o meio ambiente, considerando que, quanto menos carros nas ruas e mais pessoas nos ônibus, a emissão de poluentes à atmosfera será reduzida.

Publicidade

Veja também