Interditado há pouco mais de um ano, o Balneário da Amizade, em Presidente Prudente, pode ser reaberto para banhistas caso amostras de água encaminhadas à Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) atestem a balneabilidade do local. Para tanto, a Semea (Secretaria Municipal de Meio Ambiente) realizará, durante cinco semanas consecutivas, 15 coletas que serão submetidas ao laboratório do órgão em Marília (SP). De acordo com o biólogo da pasta, André Gonçalves, os trabalhos começaram em 28 de janeiro e devem ser concluídos no dia 25 de fevereiro. A previsão é que o resultado das análises seja emitido até 1º de março.
O acesso aos banhistas foi proibido em janeiro de 2018, após o rompimento de uma tubulação de esgoto localizada nas proximidades da área de lazer. André explica que a manutenção do emissor rompido foi realizada pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e que, durante o período em que as águas ficaram interditadas, houve o processo natural de autodepuração, que consiste na capacidade de um corpo d’água restaurar naturalmente suas características ambientais a partir da decomposição dos poluentes.
Como funciona
No procedimento de coleta, que segue as normas de higiene e biossegurança exigidas pela Cetesb, a água é depositada em um frasco esterilizado e devidamente identificado. Em seguida, a amostragem é armazenada em uma caixa térmica com bolsas de gelo, a fim de ser transportada até o laboratório do órgão, onde são realizadas as análises. André adianta que, se for verificada a balneabilidade, o local será novamente liberado para os banhistas. Caso contrário, permanecerá interditado até um novo procedimento.
Procurada, a gerente regional da Cetesb, Shahine Paccola, informa que a agência em Prudente não tem acompanhado a coleta de amostras, mas será responsável por receber os resultados do laboratório de Marília e, em seguida, encaminhá-los para a administração municipal.
Riscos de infecções
A precaução adotada pela Semea busca assegurar a saúde da população. O infectologista prudentino Luiz Euribel Carneiro Costa explica que, além do surgimento de doenças de pele, como micoses ou dermatites, causadas por fungos ou bactérias, um dos grandes perigos de nadar em águas contaminadas é a infecção por bactérias do grupo dos “coliformes fecais” ou por agentes chamados protozoários. Os principais sintomas são quadros de náusea, vômito ou diarreia, podendo haver cólica ou aumento do volume abdominal (a barriga fica esticada e dura), com alto risco de desidratação. Nas lesões da pele podem surgir feridas ulceradas, principalmente nas pernas e braços.
Nessas circunstâncias, as primeiras providências são procurar um médico e realizar a hidratação com água e sucos, evitando o consumo de refrigerantes. O tratamento medicamentoso, por sua vez, deve ser reservado ao médico, sendo desaconselhável a automedicação. “Em infecções no trato digestivo, uma diarreia intensa não diagnosticada pode levar a quadros de desidratação severa e até morte”, esclarece. O especialista pontua que há pessoas que estão mais suscetíveis aos riscos oferecidos por corpos d’água em condições desfavoráveis de balneabilidade – tratam-se daquelas que estão nos extremos das idades. “As crianças por não terem um sistema imune desenvolvido e os idosos pelo fato de o sistema imune estar progressivamente parando de funcionar”, discorre.
