Antena protege motociclistas de linhas cortantes

Equipamento, que pode ser instalado no guidão ou no retrovisor, acaba evitando acidentes, muitas vezes graves ou fatais

PRUDENTE - SANDRA PRATA

Data 16/05/2018
Horário 09:39
Davi: “Quem mais compra são as empresas que dependem de motociclistas para o serviço”
Davi: “Quem mais compra são as empresas que dependem de motociclistas para o serviço”

Difundidas entre um dos passatempos preferidos das crianças, o famoso “soltar pipa”. De longe até parecem inofensivas, mas as linhas de cerol ou chilenas são sinônimos de perigo, principalmente para os motociclistas. As linhas de cerol são feitas de uma mistura de cola e pó de vidro. Já as chilenas, quem vêm ganhando espaço por serem mais resistentes que a outra, têm como base cola de madeira e óxido de alumínio, chegando a cortar quatro vezes mais. Por esse motivo, que as antenas são peças importantes para uma moto. O equipamento - que pode ser instalado no guidão ou no retrovisor - é uma proteção para acidentes, às vezes graves, que podem provocar a morte, levando em consideração o aspecto cortante destes materiais.

Nas ruas de Presidente Prudente, esse tipo de ocorrência já esteve presente na rotina do mototaxista, Vicente dos Santas, inúmeras vezes. Ele, que dirige pelas ruas da cidade há 16 anos, conta que sempre fez uso de uma luva de couro que auxilia na retirada da linha quando enroscada na moto. Além disso, segundo ele, devido ao aumento do número de pipas e consequentemente das linhas cortantes, reforçou sua proteção adquirindo a antena anti-cerol há cinco anos.

“Já retirei uma linha chilena do pescoço. Porque enroscou na antena e ficou esticada, não cortou. Sorte que eu estava de luva e ela ficou toda riscada por causa da linha”, relata o motociclista. É por situações como essa que ele recomenda também o uso de luvas. “É importante para ter como fazer a retirada da linha adequadamente”. Outra ocorrência envolvendo as linhas que Vicente presenciou foi um acidente com seu irmão, também condutor de motocicletas, no qual teve a orelha cortada por cerol.

Justamente com medo de acidentes como esses que via na TV, que Valdecir de Oliveira, motociclista há 12 anos, faz uso da antena desde sempre. “Já tive problema com linha na moto. Para você ver como o cerol é forte, ele segurou a moto, mas não me aconteceu nada, só um raladinho no sapato”, lembra.

Entretanto, apesar do perigo das linhas de pipa ser conhecido, nem todo mundo sabia as formas de se prevenir dos acidentes, como é o caso de Marco Polo Rota Teixeira. Ele, que conduz uma motocicleta há sete meses, conta que já tinha visto as antenas em algumas motos, mas nunca teve curiosidade para saber a utilidade do equipamento. 

“Hoje não usam muito antenas para nada, então nem me toquei, mas meu amigo me perguntou se eu usava e agora que descobri que existe, acho perigoso não ter. Vou dar uma pesquisada para comprar”, relata Marco. Sobre os acidentes causados pelas linhas, ele explica que ainda não passou por esse tipo de situação.

A reportagem questionou a Polícia Militar sobre a obrigatoriedade ou não do uso das antenas para motociclistas. Mas, até o fechamento desta matéria, não obteve retorno.

 

Como se proteger?

Para evitar acidentes, será preciso desembolsar um valor máximo de R$ 21. O Imparcial entrou em contato com três lojas de peças e acessórios motociclistas em Prudente e fez um levantamento de preços. São vendidos dois tipos de antenas, as retráteis e as fixas. As retráteis custam de R$ 5 a R$ 16, e são aquelas com a possibilidade de regular a altura. As fixas variam de R$ 15 a R$ 21 e possuem altura única.

Segundo Davi Viera, da Motoeste, o destaque em vendas das antenas fica por conta de empresas que dependem de motociclistas para o serviço, como Correios, por exemplo. “As empresas compram para colocar nas motos que os funcionários usam para trabalhar”.

Já Eminaldo Mendes, da Moto Mario, ressalta que a maior procura acontece na época em que aumentam as pipas na cidade, como férias escolares, devido ao maior número de crianças brincando na rua. Em contrapartida, José Camilo Neto avalia a procura por antenas na cidade baixa em consideração da importância do equipamento. “É uma média de quatro antenas vendidas por mês. O ideal, pelo volume de gente, seria umas 30”, pontua.

Publicidade

Veja também