APE convida público para reflexão humana em “Corações Partidos”

Evento ocorre esta noite, no Matarazzo; entrada é um quilo de alimento não perecível que será destinado à Vila da Fraternidade

VARIEDADES - OSLAINE SILVA

Data 17/11/2018
Horário 05:48

Reflexão! Por que não percebemos que tudo isso precisava acabar? Por que não nos olhamos com o humano sentimento? O que fazer agora que zeramos nossos combates? Como reconstruir os muros que derrubamos? Pelo menos agora temos de criar novos horizontes... Esta é a resenha de “Corações Partidos”, tema do Sarau Solidário desta noite, às 19h30, no Centro Cultural Matrazzo, promovido pela APE (Associação Prudentina de Escritores). A entrada é um quilo de alimento não perecível que será destinado à Vila da Fraternidade.

“Fomos criados para sermos felizes. Estudamos permanentemente para evoluirmos e, portanto, para sermos fraternos, irmanados num projeto que somos mais o coletivo e valorizados em nossa pessoalidade. Mas não é assim que caminha a humanidade. E não dá para entender por que não? Nossa eterna parceira Ively sabia apenas de um fato: há um problema? Vamos dar uma solução. E não poderíamos transferir para outros o que nós temos de fazer. Não é problema seu, é nosso”, destaca o tema o presidente da APE Carlos Francisco Freixo.

Conforme ele, deste modo poderíamos manter nossa história, captar as mudanças necessárias e fazer as mudanças para o futuro que se apresenta já, e que permaneça pelas gerações que seguem. “Somos responsáveis pelo amanhã. Onde foi que erramos? Como pudemos macular nossos corações? Como podemos abandonar quem está conosco? Como não percebemos que nos distanciávamos quando deveríamos nos aproximar? Como pudemos achar que havia uma única verdade, quando cada um de nós carrega sua verdade pessoal?”, indaga e incita a reflexão.

Dentre os participantes estará a equipe do Cellij (Centro de Estudos em Leitura e Literatura Infantil e Juvenil) da FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista) juntamente com Raquel Souza.

 

Um dia de vida

Freixo salienta que ao mesmo tempo em que Carlos Drummond de Andrade afirma ser essa luta vã, reafirma que não podemos deixar o campo de batalha, ainda que encontremos pela frente alguns “javalis”, metaforicamente dizendo. Ainda afirma que as palavras são muitas e nós, poucos, talvez por isso nos atrapalhamos e nos confundimos, mas devemos continuar nossa lida, buscando o que nos cabe “num dia de vida” para nos alimentarmos e nos recompormos e suavizar os hematomas criados pela falta de diálogo.

E, de acordo com ele não há nada de extraordinário, mas temos de pensar: Qual a linguagem vai nos recompor? Qual o perdão vai nos salvar? Qual atitude vai nos trazer mais humanidade? Em que momento vamos nos descobrir frágeis, comuns, em permanente mudança para descobrirmos o óbvio: irmos juntos, sermos parceiros, contribuirmos para que o outro me complete e que eu faça o mesmo, que eu possa contribuir com o outro.

“Será, sem dúvida, este Sarau, um momento carregado de muita literatura que nos permitirá grandes reflexões, afinal, somos seres eminentemente sociais e as interações devem mostrar caminhos de superação, mudança, atitude, consciência, finitude em nossa rotina para assegurarmos a infinitude da evolução humana. E vamos lá, descobrirmos mais do que nunca, a importância do diálogo, da conversa, do apoio, da criação de sonhos, da evolução humana”, convida para o evento o presidente poeta.

 

Renovação

No dia 15 de dezembro, às 19h30, a associação desenvolve o tema o tema “A Salvação do Nascimento”. Na resenha do seu presidente, “tudo se renova com a vinda de uma criança. Nova geração, novo tempo, nova oportunidade de fazer diferente aquilo que erramos e reiterar os acertos da caminhada. O nascimento é esperança de salvação, de melhoramento, de maturação da consciência que está sendo forjada”.

 

Box 1

 

“O LUTADOR”

Carlos Drummond de Andrade

 

“Lutar com palavras

é a luta mais vã.

Entanto lutamos

mal rompe a manhã.

São muitas, eu pouco.

Algumas, tão fortes

como o javali.

Não me julgo louco.

Se o fosse, teria

poder de encantá-las.

Mas lúcido e frio,

apareço e tento

apanhar algumas

para meu sustento

num dia de vida.”

[...]

 

box

PARTICIPANTES

 

Libras – Flávio Gonçalves

Cenário – Celso Aguiar

Fotografia – Maurício D’S

Música – Felipe Farah, José Júlio Samogim, Cida Ajala, Rodrigo Campos

Teatro – Ângela Afonso, Fábio Santana Luiz

Escritores: Altino Correia,

Ângela Afonso,

Apparecida Soares Correia,

Cida Girotto,

Cleusa Cardoso,

Eliane Vani Ortega,

Fábio Santana Luiz,

Felipe Andrade Farah,

Helena Cararo,

Neucélia Félix,

Rafael de Campos e

Rodrigo Campos

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