Após anos no futebol, jornalista analisa atualidade

Ele lamenta ida de jogadores novos para a Europa e elogia nível técnico dos times nacionais

Esportes - JULHIA MARQUETI

Data 04/11/2018
Horário 04:59
Cedida: Flávio não deixou de narrar vitória do Brasil sem usar fita na cabeça
Cedida: Flávio não deixou de narrar vitória do Brasil sem usar fita na cabeça


 

JULHIA MARQUETI

Especial para O Imparcial

 

Com uma fitinha na testa, Flávio Araújo narrou muitos jogos da seleção brasileira nas Copas do Mundo nos anos de 1966, 1970, 1974, 1978 e 1982, incluindo o título do tetra, em seu segundo Mundial como narrador. “Eu usava essa fitinha na testa. Eu nunca transmiti um tempo de partida, que o Brasil houvesse perdido, com a fitinha”, lembra.

Além disso, viu o considerado Rei do Futebol, Pelé, iniciar e terminar carreira. “Vi todos os grandes craques do período de ouro do futebol brasileiro. Acompanhei em grandes vitórias e derrotas também. Se eu for citar todos os jogadores excelentes que pude acompanhar, vai ficar cansativo”, explica.

Para quem acompanhou de perto tantos anos de futebol brasileiro e internacional, principalmente nos momentos de ascensão, não é difícil comentar o que ocorre com o esporte mais tradicional do Brasil. “Nós estamos vivendo uma fase de recuperação. O nosso futebol esteve sofrendo muito nesses últimos anos porque nossos principais jogadores vão muito jovens iluminar os campeonatos europeus. A Champions, por exemplo, se baseia no valor dos jogadores sul-americanos”, enfatiza Flávio.

Para ele, o assunto não é apenas o futebol, mas também a situação econômica do país. “O Palmeiras tem atualmente a melhor equipe sub-20, que acaba de ganhar o Campeonato Brasileiro. Porém, esses jogadores estarão daqui um ano ou dois fora do Brasil por conta da situação econômica do país e dos times. E, exatamente por isso, nossos clubes passam por dificuldades”, lamenta.

Mesmo que tenha motivos para desanimar, o ex-narrador conta que ainda há motivos para acreditar e se manter apaixonado pelo esporte. “A prova de que o Brasil ainda gosta é o público presente nos jogos. Claro que não é em todos, mas a torcida brasileira é muito apaixonada por futebol. Sem contar que o nível técnico ainda é alto”, destaca.

 

 

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