O que era para ser o último dia da Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe, ontem, foi marcado pelo desabastecimento de doses da vacina nas unidades de saúde de Presidente Prudente. Isso porque, as pessoas que fazem parte dos grupos prioritários e que devem ser imunizadas, desde o período da manhã tiveram dificuldades para encontrar a vacina, que pela tarde já não existia mais na cidade. A VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) relata que no dia 28 de maio enviou ao Estado um aviso de que as doses não seriam suficientes para o atendimento até ontem, mas ressaltou que a resposta foi de um cenário de desabastecimento também no GVE (Grupo de Vigilância Epidemiológica). Até o início da noite de ontem havia a promessa de novas doses na cidade, mas até o fechamento desta matéria isso não ocorreu.
“Não podemos ser penalizados por algo que não depende de nós, pois o município não pode comprar a vacina, que é enviada de forma fracionada ao longo da campanha. Ocorre que o Estado não mandou mais e, por isso, não atendemos neste último dia de ação como deveria ser”, assim definiu a supervisora da VEM, Elaine Bertacco. Por isso é que o cenário encontrado pela reportagem ontem nas salas de vacinação de Presidente Prudente foi o de pessoas desinformadas do desabastecimento e com a vontade de não perder o que era para ser a última oportunidade de estar imunizado.
Para entender toda a situação que movimentou o município, a reportagem entrou em contato com o Ministério da Saúde, de onde partem as doses. Por nota, a pasta federal esclareceu que todas as vacinas para a campanha já haviam sido enviadas aos Estados, que consecutivamente fazem a distribuição para os municípios de acordo com o público-alvo. “É importante ressaltar que quem faz esse repasse aos municípios é a Secretaria Estadual de Saúde”.
A pasta estadual, por outro lado, informou que o GVE de Prudente – ligado ao Estado - redistribuiu as doses contra a gripe conforme a demanda de cada local e garantiu que uma nova remessa seria enviada ainda ontem para Prudente. “Cabe deixar claro que as prefeituras são responsáveis por abastecer a rede de postos de saúde e gerenciar seus estoques de doses”.
Essa, no entanto, não é a mesma realidade informada pela VEM, já que, segundo Elaine, como as doses são enviadas de forma fracionada, não há como, no início da campanha, garantir que todo o público será imunizado se não houver reposição por parte do Estado. “Fomos surpreendidos com a notícia do desabastecimento, mas já tínhamos avisado sobre essa possibilidade. O momento agora é de calma, já que novas doses devem chegar. Só não sabemos a quantidade e isso deve nos orientar sobre como distribuí-las e se vamos ou não abrir para o público em geral na segunda-feira, conforme foi permitido a nós”.
Pegos de surpresa
O comerciante Jaci Teixeira dos Santos, de 61 anos, faz parte de um dos grupos prioritários e esteve na tarde de ontem no Palácio da Saúde para ser imunizado. Sem saber que as doses estavam perto do fim, ele foi um dos “sortudos” que puderam receber as últimas 20 doses da unidade e que também eram as únicas da cidade. “Soube que era o último dia e corri para não perder a chance, mas soube aqui que a situação era essa de desabastecimento. Tive sorte ainda, não é?!”, comenta.
Elísio Kempe, 60 anos, não teve a mesma sorte, já que ao chegar na porta de entrada da unidade, foi informado por um servidor de que o serviço estava suspenso até novo abastecimento. “Eu fui pego de surpresa e, desde que não nos prejudique e haja mesmo uma nova remessa, acho que não haverá problemas. O importante é não deixar de atender a população que veio dentro do prazo se vacinar”.
