Bairro rural Timburi pode ganhar área de proteção ambiental

Projeto de lei foi aprovado ontem em audiência pública, para ser encaminhado ao prefeito e, posteriormente, à apreciação da Câmara

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 12/01/2019
Horário 07:52
Marcio Oliveira - Audiência pública ocorreu na tarde de ontem e contou com a participação de moradores do Timburi
Marcio Oliveira - Audiência pública ocorreu na tarde de ontem e contou com a participação de moradores do Timburi

Uma audiência pública realizada na tarde de ontem, em Presidente Prudente, pode representar a solução de uma reivindicação antiga – pelo menos por parte dos moradores – em relação à preservação do bairro rural Timburi. É que a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, apresentou um projeto de lei que dispõe sobre a criação de uma APA (área de proteção ambiental) no bairro, medida que será encaminhada ao prefeito Nelson Roberto Bugalho (PTB), para posterior encaminhamento à Câmara Municipal. Se aprovada, a lei pode proibir, por exemplo, a instalação de um Centro de Gerenciamento de Resíduos. “É de interesse do município criar áreas de preservação como essa para manter, por exemplo, vegetação, fauna e flora”, afirma o responsável pela pasta, Wilson Portella Rodrigues.

Segundo informações da Prefeitura, administração visa garantir o uso sustentável dos recursos naturais e preservar os recursos hídricos e do solo no bairro, como futuramente em demais localidades, medida que tem foco ainda na preservação do valor histórico e cultural do Timburi. “A comunidade esteve presente e demonstrou interesse nesse projeto e, portanto, faremos a recomendação da aprovação do documento para a criação da APA. Com a lei aprovada, não será possível a criação de investimentos que possam degradar a área, como um aterro”, informa Portella.

O presidente da associação de moradores do bairro, Valdinei Mauro Marques, esteve presente na audiência e ao término do encontro afirmou à reportagem que o encaminhamento do projeto representa uma “vitória” aos munícipes, de uma “luta” que começou em meados do fim de 2016 – quando surgiu a possibilidade de implantação de um Centro de Gerenciamento de Resíduos no local. “Estamos muito felizes, pois uma coisa que começou muito ruim se tornou algo positivo para nós. Nunca pensamos que chegaríamos a essa decisão”.

Quem também marcou presença foi o professor do Departamento de Geografia da FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista), Raul Guimarães, que lembrou a participação da instituição na formulação das propostas. “Reunimos pesquisas e artigos científicos que existem a respeito daquela área. O departamento tem 60 anos e muitos pesquisadores contribuíram com seus estudos”.

O possível empreendimento no bairro anunciado em anos anteriores era projetado pela Estre, empresa que foi contatada pela reportagem ontem, mas afirmou que não se manifestaria sobre o caso.

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