Banco de dados catalogará agricultores regionais

Segundo titular da Sedepp, objetivo é desenvolver ações para o giro da economia regional e valorizar produtos locais, assim como a Uadaf , que beneficia a agricultura familiar

REGIÃO - SANDRA PRATA

Data 22/01/2019
Horário 09:03
Marcio Oliveira - Júlio explica que produtos locais representam 10% das vendas
Marcio Oliveira - Júlio explica que produtos locais representam 10% das vendas

Conhecida pela produção de batata-doce, Presidente Prudente está prestes a “fortalecer e desenvolver ainda mais a economia do setor da agricultura regional”. Isso é o que afirma Carlos Alberto da Silva Corrêa, Casagrande, titular da Sedepp (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico). Por essa razão, a pasta espera terminar, em no máximo 90 dias, um banco de dados que tem como objetivo a catalogação dos agricultores da região, a fim de “fomentar ações em prol da visibilidade dessas pessoas”. A inciativa, conforme o secretário, faz parte de um plano de gestão da secretaria que, nos últimos anos, vem “olhando com carinho para diversos setores”. Uma dessas ações voltadas ao segmento alimentício entrou em vigência neste mês.

A Uadaf (Unidade de Distribuição de Alimentos de Agricultura Familiar) irá reunir sete associações para atender mais de 200 famílias de agricultores, que terão a chance de agregar valor a suas produções, recebendo suporte para processos como higienização, processamento e embalagem de produtos para venda. “Temos famílias que produzem doces, queijos, temos muitas coisas do tipo por aqui, é preciso ter conhecimento”.

“Tudo isso”, segundo Casagrande, se unifica no propósito de resultar na geração de empregos e melhoria de renda para esses agricultores. De acordo com ele, “já se sabe” que a cidade importa alimentos de outras localidades e isso é um hábito comum. “Estamos trabalhando em cima da verificação dos agricultores, cadastramentos para conhecer as opções que existem aqui e, com isso, realizar feiras, eventos, tudo voltado para esse setor”, comenta.

Exportação

Quando o assunto é agricultura local, Ricardo Anderson Ribeiro, presidente da Acipp (Associação Comercial e Empresarial de Presidente Prudente), explica que, embora a cidade se abasteça e supra bem a demanda, a exportação de alguns produtos acaba “tirando os melhores produtos da circulação local”. Sendo assim, é preciso que, além de ter “grandes produções”, como o caso da batata-doce, é preciso encontrar formas de mantê-las no giro econômico. “Temos a matéria-prima, a ideia é aprender a usar de forma favorável”, frisa.

Nesse sentido, Ricardo ressalta que quanto mais aprimorado esse hábito, maior qualidade os produtos terão e automaticamente agregam valor. “Isso tudo gira tanto no comércio, feiras, restaurantes, tudo que envolva o setor de alimentos, porque é uma necessidade da rotina”, explana.

Quem vende

No supermercado Nagai, os produtos regionais representam 10% do mix total de vendas. Isso, embora “pareça pouco”, não é, segundo afirma o gerente Júlio César Peres. Conforme ele, laticínios, carnes, hortifrúti e demais mercadorias perecíveis são provenientes de cidades como Anhumas, Regente Feijó, Taciba e Presidente Venceslau. “É vantajoso devido ao preço mais acessível, e obter produtos mais frescos”, denota.  

Já no Avenida, a prioridade é a importação de mercadorias. Isso porque, segundo o gerente Enéias da Silva Rocha, é “mais vantajosos para a matriz carregar mercadorias em um único lugar e distribuir para as unidades”. Sendo assim, relata que apenas 5% dos produtos da loja de Prudente são advindos da região. “Frios, café e itens como esses são daqui mesmo”, relata.

Mas tem estabelecimento que, de fato, mantêm o giro econômico local o máximo possível. É o caso da Casa de Carnes Nelore Premium, que produz as próprias carnes. Segundo a proprietária Deyna Polidorio de Oliveira, a importação se baseia apenas em embutidos, linguiças e bacon. “É uma forma de atender melhor o nosso público, oferecendo produtos mais segmentados”, pontua.

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