“Ideologia! Eu quero uma pra viver”! Os dizeres de parte de um dos grandes sucessos do eterno Cazuza representam a forma como diversos jovens da época - há 31 anos atrás - e até hoje, se sentem em relação ao mundo. Por isso, no ano em que “aquele garoto que iria mudar o mundo” completaria 60 anos o Sesi do Furquim, em Presidente Prudente, oferece ao público, às 20h nesta sexta-feira, o especial “Viva Cazuza”, com a banda Maior Abandonado.
O show gratuito, por coincidência, será realizado no dia 6 de julho - às vésperas do aniversário de 28 anos do falecimento do músico. Seu objetivo central, conforme diz Hilda Pereira de Souza, mediadora cultural da unidade, é proporcionar uma viagem no tempo para aqueles que apreciavam o estilo irreverente e sincero de Cazuza.
Os responsáveis por dar vida à memória do ex-vocal do Barão Vermelho, são os integrantes da banda prudentina formada pelo baterista Everton Pereira, o baixista André Gatti, o guitarrista Ernani Alan, o tecladista Yogi Neto, e o vocalista Marco Rotta, 32 anos, que expõe que apesar da equipe já trabalhar com repertórios de Cazuza há oito meses, esta é a primeira vez que irão se apresentar em um teatro e isso exige um preparo ainda maior.
“Todo mundo fica de frente com a gente. A atenção é mais voltada para a banda que está acostumada a tocar em bares”, explica Marco.
Mas, entre uma batida e outra, embalados pelos clássicos de uma época – década de 80 – ele destaca que a banda adotará um modelo diferenciado de apresentação com um repertório composto por 15 canções. Dentre os sucessos estarão “Para O Dia Nascer Feliz”, “Bete Balanço” e “Exagerado”.
“A ideia é trazer uma boa carga de contextualização histórica a cerca dos discos e da trajetória de Cazuza. Também vamos cuidar de tocar exatamente na ordem cronológica em que as músicas foram lançadas até o terceiro disco do Barão, depois os três solos dele e o último ao vivo que lançou antes de falecer”, adianta o vocalista.
Marco conta que Maior Abandonado foi formada em outubro do ano passado, mas o mesmo pessoal fazia outros covers. “O interessante é que temos a mesma formação instrumental do velho Barão Vermelho”, pontua.
Cedida - Marco Rotta encarna o famoso rebelde, Cazuza, nas canções e também figurinos
Acesso à cultura
Hilda ressalta que é importante manter viva a lembrança de uma das grandes vozes que movimentou gerações. Segundo ela, a ideia é primeiramente valorizar as produções de artistas locais, chamar a atenção do público e fazer com que se profissionalizem.
“É legal dar a oportunidade aos prudentinos de apreciarem uma obra de qualidade e fomentar a formação de linguagens artísticas. É a chance de matar a saudade de uma era, revisitar Cazuza e a memória que seu legado deixou”, acentua.
Hilda expõe que o projeto Território Sesi-SP de Arte e Cultura totaliza 14 apresentações, de junho a dezembro de 2018, na unidade do Sesi do Parque Furquim. “Isso faz com que o acesso à cultura seja democratizado e ampliado difundindo assim, a diversidade das linguagens artísticas”, frisa a mediadora cultural.
Dos bares ao palco
“Música é uma coisa muito doida, é complicado falar porque é algo natural. Comecei como diversão e virou um estilo de vida”, explana Marco Rotta, que destaca que sua paixão pelo universo musical vem lá de quando era criança.
Segundo o cantor, ele cresceu em um ambiente no qual houve muita influência, principalmente por parte do irmão mais velho que tinha uma banda. “Meu pai também gostava! Cresci sempre ouvindo rock antigo e ficava em contato com tudo aquilo. Não tinha como fugir, deveria ter uns 10 anos e ficava vendo os ensaios do meu irmão”, relembra.
Foi nesta época, que Marco encontrou seu primeiro passo para o mundo dos artistas, a gaita. Em uma viagem em família, ele encontrou um tipo de manual que ensinava métodos de tocar aquele instrumento. Pronto, ali começou a aprender. Aos 14 anos seu irmão quis que ele tocasse baixo em sua banda. “Ele me ensinou e eu peguei o jeito muito fácil”, recorda. A partir daí não parou mais. Aprendeu violão, guitarra e vários instrumentos até entrar em seu primeiro cover profissional – da banda Red Hot Chilli Peppers - em 2002.
“Banda adotará um modelo diferenciado de apresentação com um repertório composto por 15 canções. Dentre os sucessos estarão ‘Para O Dia Nascer Feliz’, ‘Bete Balanço’ e ‘Exagerado’”
SAIBA MAIS
O famoso rebelde, nasceu em 4 de abril de 1958 no Rio de Janeiro. Criado à beira-mar em Ipanema, Cazuza era filho de costureira e divulgador de uma gravadora – o pai que nesta época mal sabia, mas acabava de colocar em terras cariocas um fenômeno da juventude de 80. “Quieto e solitário” assim era definido o cantor em sua infância, todavia, isso não se estendeu na adolescência quando os primeiros vestígios do que estava por vir começaram a aparecer. Após aulas de teatro, Cazuza descobriu qual era sua real vocação que não de fato a de representar, mas sim cantar. (Fonte: http://cazuza.com.br/)
“VIVA CAZUZA”
Estilo musical: Bossa Nova / Rock n'Roll
Duração: 60 minutos
Data e horário: 6 de julho, sexta-feira, às 20h
Local: Sesi Parque Furquim – Avenida Ibraim Nobre, 585 - Parque Furquim - Presidente Prudente
Ficha técnica: Marco Rotta (vocal); Ernani Alan (vocal e guitarra) / Yogi Neto (vocal e teclado); André Gatti (contrabaixo) e Everton Alves Pereira (bateria)
Classificação indicativa: Livre