Há pelo menos uma década a batata-doce tem se estabelecido na região de Presidente Prudente, em uma trajetória que, hoje, lhe garante o posto de principal cultura produzida na região. Os próprios números do EDR (Escritório de Desenvolvimento Rural) de Prudente provam isso, ao mostrar que a produção detém cerca de 800 ha (hectares) - nas cidades que compõem o escritório -, divididos entre, pelo menos, 70 a 80 produtores. O número é ainda maior, anualmente, se pensar na quantidade que é gerada: em média 13,6 mil t (toneladas) de batata-doce.
Isso porque, de acordo com o engenheiro agrônomo do EDR, Geraldo Rocha de Arruda Neto, a cultura mostrou boa adaptação à região ao longo dos anos, principalmente por conta do solo arenoso, uma vez que o argiloso não apresenta boas condições. “Nessa década a cultura vem mostrando sua força e se estabelecendo. Com isso, os produtores da região acabaram se adaptando, investindo mais, aumentando a tecnologia e lidando com a produção para obter mais lucros”, conta.
E a ideia, com base nesse desempenho regional, “é transformar a região como a capital da batata-doce, mas no sentido de atrair os investimentos”, afirma Geraldo. É que, segundo o engenheiro, por mais que a cultura seja bem explorada, o consumo ainda é sumariamente externo, no qual boa parte da produção é encaminhada para locais que possuem fábricas especializadas no tratamento, como Valinhos (SP) e Suzano (SP).
Ele cita ainda que o cultivo de verduras também tem crescido na região, porém, como necessita de uma área menor para tanto, a comparação com outras culturas, como a própria batata-doce, chega a ser “injusta”.
Linha do tempo
O fato de a batata-doce ser a principal cultura hoje, também tem a ver com o período histórico vivido. À reportagem, Geraldo lembra ainda que em outros tempos, outras culturas eram o carro-chefe. “Tivemos ciclos, e eles vão se encerrando e dando novos lugares. O algodão já teve uma boa performance, acostumávamos até chamá-lo de ouro branco. A menta também teve muita importância. E a mamona, se pensarmos na época das guerras, década de 1940”, considera.
Pastagem e cana
Mas de todo modo, o gado e a cana-de-açúcar estão à frente da liderança econômica agropecuária regional, segundo números do EDR. Tanto que, ambos concentram a maior quantidade de hectares. São 30 mil ha de pastagem, a maior área, destinado à bovinocultura, com 1,2 mil produtores, e 5,1 mil ha de cana, reservado para um único produtor: a Usina Alto Alegre.
“Precisa de muito espaço para o gado e a cana-de-açúcar, como reflexo de todo o Estado, que também agrega essas culturas como a principal atividade econômica agropecuária, praticamente”, comenta Geraldo. Ele não deixa de citar que a região de Prudente foi a última a acompanhar as demais, no que tange ao manejo e cultivo da cana.
NÚMEROS
800
Quantidade de hectares de batata-doce no EDR
13,6 mil
Número de toneladas produzidas por ano
10 anos
Tempo, em médio, para a consolidação da cultura
31 mil
Hectares de pastagem, principal na região