Blá, blá, blá

OPINIÃO - Arlette Piai

Data 05/02/2019
Horário 04:30

Caro leitor, vivemos a época do blá, blá, blá mais intenso da história, mas está comprovado que o excesso “de informações” é tóxico. O cérebro humano não consegue digerir essa carga disponível na imprensa, na televisão, e na internet. E para completar as instituições de ensino do Brasil têm se transformado em fábrica de informações.

Para se ter uma ideia do potencial do problema, hoje se produz milhares de vezes mais informações que em um mês da vida toda dos nossos avós. O autor Richard Saul Wurman, no livro “Ansiedade de Informação” sugere que as pessoas encarem o mundo como um grande depósito de material de construção em que cada um deve ser arquiteto dos seus conhecimentos. Propõe a "ignorância programada": escolher o que se gosta e o resto que constituiria entulho para a mente, descartar sem dó. Esclarece que a ansiedade provocada pela enxurrada de informações produz na mente um “buraco negro caótico e doentio”.

Hoje, a moda são as escolas informativas que têm nome de “escolas que apertam”. Apertar é um vocábulo do latim “Appectorare” que significa comprimir contra o peito.  A compressão começa desde a infância quando a criança aos 6 anos ou até menos passa sentada ouvindo o professor falar por quatro a cinco horas, depois em casa soma ainda longínquas lições. Definitivamente essa não é a função da escola, pelo contrário faz a infância perder o que tem de mais sagrado: o direito de brincar que é uma das melhores formas de aprender.

Existe um campeonato em que o Brasil joga há mais de um século e ainda não marcou nenhum gol. São as disputas para a conquista do Prêmio Nobel – zero para o Brasil. Cada vez mais estudos mostram que, para garantir conhecimento, bom crescimento humano e consequentemente um possível Nobel, é preciso investir principalmente nos primeiros anos de vida da criança até o fim da escola fundamental. Nessas fases ocorrem o desenvolvimento de estruturas e circuitos cerebrais e a aquisição de capacidades fundamentais para o aprimoramento de habilidades presentes e futuras, como aponta o estudo “O impacto do desenvolvimento na infância sobre a aprendizagem”, realizado pelo NCPI (Núcleo Ciência pela Infância).

Será que as escolas públicas e particulares do Estado de São Paulo e Brasil têm cumprido o seu papel?  Que Deus ilumine os responsáveis pelo sistema educacional para que o ensino funcione. Chega de blá, blá, blá tanto na política quanto em âmbito educacional, porque ninguém vale pelo discurso; mas tão somente pelos resultados de ações.

Em termos de discursos, analisei-os dos quatro governadores que foram presos do Rio de Janeiro: Sérgio Cabral, Pezão, Anthony Garotinho e Rosinha Matheus. Que dom de retórica, em particular do Sérgio Cabral! Por outro lado, o grande Sérgio Moro tem palavras pequenas.

Prudente é um município com potencial de muito crescimento e um povo trabalhador. Nossas crianças e jovens têm direito ao amor aos estudos, que as escolas devem potencializar. Que os sistemas tomem rumo e que venha para o Brasil ao menos “unzinho” prêmio Nobel para que os brasileiros possam sentir orgulho não só da bola no pé, mas principalmente pelo essencial que é a educação do seu povo, esta que gera frutos e diminui crimes. Com a palavra, o ministro da Educação Ricardo Rodrigues.

Publicidade

Veja também