Faltam cinco semanas para o início do verão, porém, o uso do famoso ar-condicionado já está gerando aumento na demanda dos estabelecimentos especializados em venda e manutenção do equipamento. A reportagem entrou em contato com quatro empresas do segmento para saber recomendações, máquinas mais adequadas e o cenário da compra e venda em Presidente Prudente. Entre os principais pontos está a tecnologia inverter e a falta de atenção para manutenções preventivas.
Na Viva Clima, o ar-condicionado teve um aumento significativo nas vendas. De acordo com o gerente Emanuel Campos, o acréscimo foi de 40% nas vendas em relação a outras épocas do ano. A marca superou o aumento do ano passado, de 30%, segundo expõe. O motivo do maior número, para o gerente, é a maior incidência de calor que 2018 vem protagonizando. “Em 2017 podemos recordar que não estava tão calor como vem fazendo. Em meados de dezembro, por exemplo, era fácil você encontrar dias frios, isso tudo fez com que as pessoas diminuíssem as compras de ar na época”, relata.
Hoje, entre as máquinas mais pedidas estão aquelas que possuem tecnologia inverter. De acordo com Emanuel, essa novidade promete uma economia de até 40% na conta de luz se comparada com o sistema convencional. Além disso, segundo expõe, as máquinas desse novo sistema demoram mais para desligar. “Quando chegam à temperatura desejada, diminuem a potência do motor e desligam. Já o convencional não. Quando chega à temperatura, desliga, e ao ligar novamente terá um compressor trabalhando em alta velocidade, ocasionando o maior gasto de energia”, explica. Por isso, recomenda a tecnologia inverter para aqueles que utilizam o ar durante o dia todo.
Enquanto isso, na Artemp Ar-Condicionado, a procura tem se intensificado entre as empresas e não tanto entre as pessoas físicas, segundo o proprietário Luciano da Rocha. Isso ocorre porque, em seu ponto de vista, a situação financeira das pessoas não está contribuindo para esse tipo de gasto. “Anos atrás era comum que pessoas fizessem a manutenção constante, hoje isso não é mais realidade”, relata. Em razão disso, o técnico explica que, para evitar uma possível dor de cabeça com a máquina, é preciso cuidar da limpeza do filtro. “Não gasta dinheiro e previne futuros prejuízos”, pontua.
De última hora
Dione Valente é proprietário da Valente Climatização e Elétrica e trabalha há seis anos com manutenção de ar-condicionado. De acordo com ele, já é comum o acúmulo de demanda nesta época do ano. Segundo expõe, isso ocorre porque as pessoas “possuem o péssimo hábito de deixar tudo para a última hora”. Com isso, conforme explica, está difícil suprir toda a procura das últimas semanas e a tendência é que isso se potencialize a poucos dias do início da nova estação.
“É uma mão de obra que é carente no mercado, é um serviço que exige especialização, então, somos poucos para atender muita gente. Para evitar que isso aconteça, as pessoas deveriam se atentar à manutenção constante [o tempo ideal, segundo Dione, é a cada seis meses]”, expõe o empresário.
Entre as principais reclamações na hora da manutenção, o profissional destaca aspectos de higienização, como acúmulo de poeira no filtro do ar-condicionado. “É uma coisa que a própria pessoa pode evitar, limpando sempre que pode, pois o excesso prejudica até na qualidade de funcionamento do equipamento”, relata. Segundo Dione, em épocas de menos calor, atende um ou dois clientes relacionados a ar-condicionado por semana. Já no verão, o número cresce para quatro manutenções por dia.
Outro ponto que deve ser levado em conta é a saúde, segundo André Machado dos Santos, proprietário da André Ar-Condicionado e Elétrica. Ele explica que um equipamento bem higienizado e sem poeira pode evitar crises alérgicas e até mesmo o desconforto nasal. “Nós mesmos, quando vamos fazer uma manutenção de uma máquina que está há muito tempo sem limpar, ficamos espirrando. O ar-condicionado, por si, só já é úmido, é preciso cuidar para que isso não afete a rotina de quem o utiliza”, frisa.
Manutenção
Jean Ramos da Silva, 34 anos, possui dois aparelhos de ar-condicionado em casa há quatro anos. Morador de Presidente Venceslau, alega que a escolha pelo equipamento se deu pelo fato de a região do oeste paulista ser muito quente, principalmente na época de verão. “O ventilador não estava dando conta de deixar um ambiente agradável”, explica. Embora faça a limpeza do filtro da máquina por conta própria a cada seis meses, Jean revela que há dois anos não opta pela manutenção profissional. “A situação financeira não possibilita no momento”, expõe.
Já Isabela Clara Bassoli Soares, 19 anos, tem planos de realizar a próxima manutenção do ar que tem em casa entre dezembro e janeiro. Utilizando o aparelho há três anos, a prudentina não vê como um luxo e sim como necessidade. “O ventilador não dá conta do calor que faz aqui”, ressalta.
