Campanha de vacinação contra gripe será prorrogada pelos municípios?

EDITORIAL -

Data 01/06/2019
Horário 08:39

Presidente Prudente convocou sua população para comparecer aos postos no último dia da Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza. Entretanto, mesmo reforçando o pedido às vésperas do término e apontando cobertura vacinal abaixo dos 90% do público-alvo, preconizado pelo Ministério da Saúde, o município não dispunha de doses o suficiente para atender a este grupo prioritário.

Quem deixou para última hora e chegou às unidades de saúde ainda pela manhã de ontem acabou voltando para a casa sem o registro na carteira nacional de vacinação. A reposição é feita pelo Ministério da Saúde e a situação de Prudente é preocupante, uma vez que na quinta-feira a cidade anunciou o primeiro caso de H1N1 (gripe A), em uma moradora da Cohab, que passa bem. Além desse, há uma suspeita da doença em um homem, idoso (idade não revelada). Em dias anteriores, a Vigilância Epidemiológica havia revelado a presença de dez pacientes hospitalizados com a suspeita da SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), também causada pelo vírus. Nove foram liberados.

É bem provável que muitas cidades sejam obrigadas a prorrogar a ação, por conta do baixo comparecimento do público-alvo aos postos de vacinação, além de possível falta de doses nos postos no dia de ontem. Não só campanhas contra gripe, mas outras, como a da poliomielite, rubéola e hepatite, por exemplo, normalmente precisam ser adiadas, pelo fato das pessoas deixarem sempre para última hora, ou mesmo não se imunizarem contra as enfermidades.

A imunização não só garante a saúde de quem recebe a dose, como mantém o país, Estado ou regiões livres de doenças. Se vacinar, é garantir o bem-estar social e a qualidade de vida, neste quesito de saúde, a todo o meio em que convive. Não há uma explicação concreta para essa ausência, já que há diversos cartazes e propagandas sobre a campanha são espalhados pela cidade, além de ter havido divulgação nos meios de comunicação de massa.

Cuidar da saúde é garantir qualidade de vida, menos gastos no setor privado com medicamentos e outros insumos. Além disso, favorece a economia do sistema público, que por sua vez precisa se organizar para que não falte as doses durante os períodos de campanha. Conscientizar-se da necessidade das imunizações, bem como não deixar para a última hora – hábito do brasileiro -, pode ajudar o governo a otimizar os custos, com menor tempo de publicidade, redução de expediente e pagamento de horas extras a servidores. Não podemos mais sustentar o descaso como rotina.

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