Cegueira transforma vida de paratleta

Esportes - OSLAINE SILVA

Data 10/08/2019
Horário 09:23

“Acredito que todos nós temos um propósito, e o nosso Criador permite que alcancemos nossos sonhos. Para isso temos que trabalhar duro, não perder o foco e pensar que o tempo é relativo! Para uns, as coisas chegam mais rápido, para outros pode demorar um pouco mais... O importante é nunca desistir, porque se você acreditar de verdade, um dia certamente alcança seu objetivo!”, esta é Jerusa Geber dos Santos, paratleta do atletismo prudentino que estará em Lima, no Peru, no Parapan-Americano.

Natural de Rio Branco, no Acre, ela nasceu com catarata congênita, passou por uma cirurgia aos 4 meses de vida, mas nunca enxergou 100%. Aos 8 anos foi diagnosticada com glaucoma e aos 18, quando terminou o ensino médio, perdeu o pouco da  visão que ainda tinha.

“Essa nova fase da minha vida foi muito difícil, mas nosso Criador é maravilhoso! E assim como todos os seres humanos têm limitações diferentes um dos outros, o atletismo define isso muito bem. Por exemplo, um fundista não conseguirá ser tão rápido quanto um velocista, e vice- versa”, explica Jerusa.

A paratleta cita que sua maior dificuldade é correr sozinha. No seu caso corre na categoria T11 (cego total) e precisa de um atleta guia para correr ao seu lado. Por isso em seu time #TimeDaJerusa conta com dois guias, Gabriel Aparecido dos Santos Garcia, que irá com ela para o Parapan-Americano, e Luiz Henrique Barboza da Silva, que é seu esposo e guia. “Inclusive, as várias medalhas conquistamos juntos. Hoje somos um time denominado #TimeDaJerusa, com quatro integrantes que dá muito certo. O trabalho é todo em função do meu melhor desempenho. E contamos ainda com o Diego Cardoso Moura”, acentua a paratleta.

Prudente

Para falar da importância que Presidente Prudente tem em sua vida, assim como o atletismo, Jerusa narra a fase dificílima, quando perdeu totalmente a visão. Segundo ela, só ficava em casa e não tinha ânimo para nada. Até que um tempo depois foi convidada por um amigo, que também é cego (Alcides), para conhecer o atletismo. Começou com caminhadas e logo pegou gosto e queria melhorar cada vez mais. Até que chegou o momento em que sabia que para se tornar uma atleta de alto rendimento teria que buscar novos horizontes.

“Foi aí que decidi ir para Cuiabá [2006], onde conheci meu guia, que logo viria a ser o meu esposo [risos], o Luiz Henrique. Após duas medalhas no Mundial [2007] e a medalha de bronze nas Paralímpiadas de Pequim/China [2008], viemos para Prudente a convite de outro amigo (Vanderlei), onde estamos até hoje conquistando vários títulos nacionais e internacionais!”, exclama agradecida a acreana prudentina.

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