Cenário de polarização da ares de plebiscito a pleito eleitoral

EDITORIAL -

Data 27/09/2018
Horário 04:06

Quinta-feira, 27 de setembro de 2018. Estamos a exatos dez dias da data mais importante do ano, quiçá da história, do país. No dia 7 de outubro milhões de brasileiros vão as urnas para definir quem será o próximo presidente do Brasil, além de governadores, senadores e deputados estaduais e federais. Cada uma das vagas em jogo tem sua devida importância dentro de cada competência, mas, evidentemente, por conta da exposição e da autoridade inerente, a eleição para presidente da República é a que gera mais discussão. Os ânimos se acirram, ficam a flor da pele, sobretudo em meio ao cenário de polarização que se estabeleceu no país desde meados de 2014. E não tem jeito, a conjuntura persiste. A cada pesquisa fica claro que o eleitorado está rachado e que o próximo pleito se desenha como o último: a disputa entre o petismo e o antipetismo.

Pesquisa CNI/Ibope divulgada ontem e publicada hoje por este diário comprova essa esfera. Representante da direita e maior catalizador do voto antipetista, Jair Bolsonaro (PSL) segue na liderança da corrida presidencial com 27% das intenções de voto. Em segundo lugar, apadrinhado pelo ex-presidente Lula, preso pela Operação Lava Jato desde abril por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Fernando Haddad (PT) soma 21%. Em seguida estão Ciro Gomes (PDT), com 12%, Geraldo Alckmin (PSDB), com 8%, Marina Silva (Rede), com 6%, João Amoêdo (Novo), com 3%, Álvaro Dias (Podemos) e Henrique Meirelles (MDB), com 2% cada, e Guilherme Boulos (Psol), com 1%. Existem ainda 11% que se declararam brancos e nulos, e 7% não responderam ou não souberam responder.

Juntos, segundo a pesquisa, os votos petista e antipetista contabilizam quase 50% do eleitorado brasileiro. Razão pela qual a eleição do próximo dia 7 ganha ares de plebiscito. O que se coloca em jogo é a continuidade ou não do governo populista estabelecido no país desde 2002, que culminou na maior crise econômica da história, juros estratosféricos e desemprego recorde. O que está em jogo é a chancela da manutenção do poder obtido a todo custo, ao custo da própria alma, ou a opção por um novo caminho, incerto sim, mas que rompe com as correntes do mais do mesmo. Já que, como bem disse Eça de Queirós: “Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos, pelo mesmo motivo”.

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