A Polícia Civil de Teodoro Sampaio concluiu as investigações da Operação Desvio Certo e encaminhou ontem ao Fórum da Comarca do município 19 volumes do inquérito, com 200 páginas cada, que pedem a representação de 26 prisões preventivas e uma medida cautelar diversa da prisão, quando o indivíduo responde em liberdade. Os autores são acusados de integrarem uma organização criminosa que atua em desvios de cargas nos Estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
A operação foi deflagrada pelo MPE (Ministério Público Estadual) em conjunto com a Polícia Civil, no dia 6 de fevereiro, quando 21 homens foram presos. Conforme noticiado por este diário, a ação da quadrilha gerou movimentação de R$ 8.371.509,56, entre os meses de fevereiro e maio de 2017, e as prisões, bem como 30 mandados de busca e apreensão, foram solicitados em inquérito policial e decretados pela juíza Patrícia Érica Luna da Silva, da Comarca de Teodoro Sampaio.
De acordo com o delegado, Edmar Rogério Dias Caparroz, com o término dos trabalhos ontem, o inquérito conclui que ao todo são 27 investigados, sendo que apenas um não teve a prisão preventiva decretada. “Em relação a esse indivíduo, as provas, por hora, foram menores”, esclarece o motivo da determinação. Ainda segundo o delegado, quatro, dos 27 indivíduos, seguem foragidos, porém, já identificados.
Histórico
O cenário da Operação Desvio Certo foi Teodoro Sampaio, quando uma ocorrência interceptada pelo policiamento local originou as investigações. Na época, a Polícia Civil prendeu três indivíduos em flagrante, surpreendidos na posse de uma carga de aproximadamente 11 toneladas de queijo, supostamente furtada em Cerqueira César (SP), no mês de maio de 2017. A “trama criminosa”, como tratada pelo policiamento, foi gerada a partir da apreensão dos celulares dos respectivos envolvidos na ocorrência. Por meio dos áudios de WhatsApp encontrados nos dispositivos, a polícia chegou ao nome dos 27 envolvidos, conforme noticiado.
Vale lembrar que a ação foi desencadeada simultaneamente em 18 municípios dos Estados mencionados, quando foram localizadas e apreendidas notas fiscais de mercadorias, produtos variados e os aparelhos celulares dos novos presos, que serão analisadas pelos investigadores. Os homens são investigados por crimes de furto qualificado pelo concurso de pessoas, associação criminosa, comunicação falsa de crimes, lavagem de bens, direitos e valores e receptação.
Os presos, de acordo com o delegado, estão em unidades prisionais no Estado de São Paulo, como o CDP (Centro de Detenção Penitenciária) de Caiuá e a Cadeia Pública de Presidente Venceslau, além das unidades do Paraná e Santa Catarina. Para que a ação fosse realizada, houve a participação de 115 policiais civis na área do Deinter-8 (Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior-Oito), cuja sede é em Presidente Prudente, além de 30 viaturas. Fora isso também teve atuação de policiais civis de Santa Catarina e do Paraná.
