Após a confirmação de cinco casos de sarampo em Presidente Prudente, sendo os três mais recentes nesta semana, a movimentação em unidades da rede pública de saúde apresentou aumento significativo. Principalmente porque as clínicas particulares enfrentam a escassez do produto, conforme foi relatado à reportagem. De qualquer forma, a VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) lembra que não é preciso se preocupar, já que há doses suficientes para o atendimento ao público.
Na Clínica Imunizar, por exemplo, a secretária Josenice Salvador Souza afirma que o abastecimento das doses de sarampo não ocorre há pelo menos dois meses. Ela diz que, mesmo assim, diariamente entra em contato com distribuidoras e fornecedores, mas ressalta que a resposta é sempre negativa para o pedido. “Acredito que estão dando prioridade para a entrega na rede pública. Atendemos pelo menos 15 ligações por dia atrás do produto, e temos que recusar a venda”. Quando estava em estoque, a vacina tinha o valor de R$ 160 e ela finaliza ao dizer que não há previsão para abastecimento.
A situação é parecida na clínica de vacinação da Unimed Prudente, já que, conforme a enfermeira Ana Flávia Carvalho, a dificuldade para encomendar doses é enfrentada já há semanas. “Nós até recebemos uma leva bem pequena nesta semana, mas não durou nem 24 horas. Nosso estoque para esta vacina está zerado e não há previsão por parte dos distribuidores, mas estamos correndo atrás”. A procura na clínica também é grande, algo em torno de 20 pessoas por dia, e as doses lá possuem o valor de R5 55.
Rede pública
Conforme a diretora da VEM, Elaine Bertacco, todas as unidades do município hoje contam com seus estoques individuais, sendo que, além disso, há ainda um estoque central com aproximadamente mil doses. “Acredito que receberemos na semana que vem mais uma entrega do produto, mas vale ressaltar que isso não significa que está sobrando vacina, mas é a quantidade ideal para nosso trabalho e dentro do público que podemos atender”.
Abastecimento
A GSK, uma das empresas procuradas pela reportagem para ouvir sobre a dificuldade no abastecimento das clínicas, afirma que a produção de vacinas envolve “alta complexidade” e lembra que, embora o planejamento de importação seja feito com antecedência, os surtos são imprevisíveis. “Atualmente, há uma demanda maior que a esperada. Por essa razão, a GSK está priorizando o abastecimento da rede pública, por meio da aliança estratégia de transferência de tecnologia com a Fiocruz”.
Além disso, ressalta estar estudando a possibilidade de trazer mais doses para atender a alta demanda ainda esse ano.