Com 3.672 casos, dengue preocupa em Prudente mesmo no inverno

Cidade havia registrado 2.582 ocorrências no dia 19 de junho - último dia de outono -, agora são 3.672 registros, conforme a mais recente atualização da VEM

PRUDENTE - THIAGO MORELLO

Data 09/07/2019
Horário 04:02
Arquivo - Ovos depositados no processo de reprodução podem permanecer intactos por meses
Arquivo - Ovos depositados no processo de reprodução podem permanecer intactos por meses

A queda das temperaturas faz com que a proliferação do mosquito da dengue seja mais demorada, considerando as quatro fases de desenvolvimento do Aedes aegypti - ovo, larva, pupa e mosquito desenvolvido. Por isso, é normal que a incidência da doença seja reduzida neste período do ano. Contudo, desde o início do inverno, Presidente Prudente já confirmou 1.090 casos. Num contraponto evolutivo, a cidade havia registrado 2.582 ocorrências no dia 19 de junho - último dia de outono -, agora são 3.672 registros, conforme a mais recente atualização da VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal).

Isso quer dizer que, “mesmo com o frio, o mosquito está procurando locais cada vez mais resistentes para se proliferar, como em bocas de lobos, por exemplo”, conforme pontua Elaine Bertacco, supervisora da VEM. A fala dela vem carregada de certa preocupação, uma vez que a tendência, no caso, era já não ter mais registro da doença desde junho, quando as temperaturas são mais baixas. “O que não ocorreu, porque, desde lá, ainda tivemos ocorrência”, reforça.

E mesmo com o inverno, não quer dizer que os cuidados pertinentes ao combate do Aedes aegypti precisam cessar, muito pelo contrário. Isso porque, os ovos depositados pela fêmea no processo de reprodução podem permanecer intactos por meses. Sendo assim, quando a frente fria passar, eles vão iniciar um novo ciclo.

A preocupação é maior ao pensar que choveu na cidade nos últimos dias, com isso, se existiam criadouros propícios, novos ciclos podem ter sido iniciados. “Sabe aquela famosa faxina que a gente faz em casa? Isso deve ser feito agora com mais precisão ainda, com mais intensidade, pensando nos locais daqui, dali, que podem ter aberto brecha pra isso”, completa Elaine.

E isso tem que ser feito agora, ainda de acordo com a supervisora, pois na segunda temporada, que começa em outubro, as temperaturas voltam a subir, ao passo que também aumentam as ocorrências. “Tem que cuidar agora, para não sofrer depois. A tendência nesse período é diminuir o número de casos, mas isso não quer dizer que acabou”, orienta.

Ou seja, limpar quintais, colocar areia nos vasos de plantas, virar garrafas e pneus, tampar caixas d´água enfim, combater qualquer local que possa se transformar em criadouro, é clichê, mas nunca sai de moda. “A população precisa de um chacoalhão para perceber a gravidade. O cenário não era para estar dessa forma”, finaliza.

Raio X

Dos 3.672 casos de dengue confirmado pela VEM até o momento, 3.653 são autóctones, ou seja, aqueles que são contraídos dentro do próprio município, e 19 importados, vindo de outras localidades.

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