No fechamento de 2018, o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que faz parte do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), mostrou que no que tange à geração de empregos do ano, na região de Presidente Prudente o comércio foi o segundo pior setor, com saldo negativo de 356 postos de trabalho. Isoladamente, o cenário transcende ao último mês - dezembro -, que de acordo com a Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), teve uma retração de 0,3% no varejo. A federação divulgou ontem tal levantamento, que apresenta o dado comparativo com o mesmo período do ano passado.
Por outro lado, é válido lembrar que, mesmo com a variação negativa de um ano ao outro, em dezembro de 2018, o desempenho do comércio fechou o ano com 122 vagas com carteira assinada, resultado de 1.124 admissões contra 1.002 desligamentos, ainda de acordo com a Fecomercio-SP. Fora isso, o estoque geral de empregados finalizou com 38.051 vínculos formais no varejo.
Mas isso não exclui o fato de o setor estar enfrentando uma recessão, assim como qualquer outro, segundo o presidente da Acipp (Associação Comercial e Empresarial de Presidente Prudente), Ricardo Anderson Ribeiro. Isso até mesmo refletiu no tempo para as contratações de final de ano. “Não sei se era problema da eleição, insegurança, mas as empresas tinham medo de contratar e foi segurando o máximo possível”, completa. Ele ainda diz que “o cenário ruim vem desde 2017” e no último ano o setor ficou “patinando”, sem melhoras.
E a única surpresa nisso tudo, ainda de acordo com Ricardo, é na forma conservadora que essa retração chegou. Isso porque, para o presidente, o esperado era de algo maior, mais drástico. “Mas mesmo assim a gente consegue observar uma luz no fim do túnel. Vemos que a ocasião não é das melhores e viemos sim de uma situação difícil, mas a tendência é que esse ano ganhe mais estabilidade”, confirma.
Em concordância à visão da Acipp, Vitalino Crellis, presidente do Sincomercio (Sindicato Comércio Varejista Presidente Prudente), ressalta que tem sido uma temporada ruim mesmo. “Numa situação que quem empatou, ou seja, perdeu e ganhou na mesma proporção, foi quem saiu melhor. É uma crise econômica, que esperamos que seja superada em 2019”, finaliza.
Setores
E das nove atividades analisadas, a Fecomercio-SP apresenta retração em cinco delas, com situação pior para outras atividades (-3,5%), seguido de lojas de vestuário, tecidos e calçados, com -3,2%. Por outro lado, os segmentos que apontaram as maiores altas no estoque de trabalhadores ativos foram os de lojas de móveis e decoração e farmácias e perfumarias, ambos com 2,5% (veja tabela).
GERAÇÃO DE EMPREGOS NO COMÉRCIO EM 2018
ATIVIDADES |
Estoque em dez/2018 |
Saldo em dez/2018 |
Saldo em 2018 |
Variação com dez/2017 |
Autopeças e acessórios |
3.569 |
-12 |
-55 |
-1,5% |
Concessionárias de veículos |
1.450 |
-3 |
3 |
0,2% |
Farmácias e perfumarias |
3.297 |
30 |
79 |
2,5% |
Eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos |
2.552 |
21 |
-37 |
-1,4% |
Materiais de construção |
4.362 |
-12 |
-21 |
-0,5% |
Lojas de móveis e decoração |
995 |
0 |
24 |
2,5% |
Lojas de vestuário, tecidos e calçados |
4.348 |
60 |
-144 |
-3,2% |
Supermercados |
11.934 |
63 |
258 |
2,2% |
Outras atividades |
5.544 |
-25 |
-203 |
-3,5% |
TOTAL |
38.051 |
122 |
-96 |
-0,3% |
Fonte: Fecomercio-SP