Comir promove cultura afro e respeito às diferenças

PRUDENTE - MARCO VINICIUS ROPELLI

Data 14/11/2019
Horário 05:14
Paulo Miguel - Cultura afro se faz presente na Praça Nove de Julho durante solenidade
Paulo Miguel - Cultura afro se faz presente na Praça Nove de Julho durante solenidade

Em evento, realizado na manhã de ontem, destinado a celebrar a Semana da Consciência Negra, nada mais bonito que observar gente de todas as etnias trocando, entre si, aspectos culturais. A vendedora de produtos afros, Maiara Aparecida Silva Oliveira, enquanto a fanfarra da Polícia Militar se apresentava no teatro de arena da Praça Nove de Julho, em Presidente Prudente, ajudava Leonor de Oliveira a provar um turbante. Parece pouco, mas a cena representa uma quebra de paradigmas.

Não é simples encontrar em lojas produtos afros, impera no comércio elementos da indústria cultural, ideais que o Brasil importa de localidades como Estados Unidos e Europa. Sabe-se, porém, que dos 207.610 habitantes de Presidente Prudente registrados no censo 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), 9.382 pessoas se declaram pretas e 53.533 pardas, eis, portanto, a importância da valorização da cultura afro. “O padrão cultural, tudo tem que ser dos brancos, trazer a cultura afro ajuda, inclusive, muitas meninas negras a se aceitarem”, destaca Maiara. “Somos seres humanos, temos que incentivar o respeito e troca entre culturas”, enfatiza Leonor.

EVENTO NA PRAÇA

NOVE DE JULHO

Marcaram presença no evento organizado pelo Comir (Conselho Municipal de Igualdade Racial) o vice-prefeito de Prudente, Douglas Kato Pauluzi, o presidente do conselho, Renato David, e secretários municipais.

Douglas Kato, a respeito da solenidade, afirmou que “é um ato simbólico que traz reflexão sobre a história dos negros no país, as conquistas, quebra de paradigmas e a persistência de atos preconceituosos”. O vice-prefeito completa dizendo que há em Prudente a disseminação da cultura afro, mas ainda, como em todo Brasil, existem aqueles com mentalidade atrasada que propagam preconceito racial.

O presidente do Comir elencou algumas das principais ações realizadas durante a semana e até em todo o ano, que objetivam trazer mais conhecimentos e informações a respeito da “consciência negra”. Todas as escolas de Presidente Prudente recebem, de acordo com Renato, eventos durante a semana, contando inclusive com capacitação de professores para tratar do assunto. Ele afirma também que nos Cras (Centros de Acolhimento Social) do munícipio ocorrem constantemente projetos educativos com arte e cultura afro (capoeira, artes plásticas).

CAPOEIRA, AÇÃO

E EDUCAÇÃO

Participaram do evento alunos de capoeira do Projeto Aquarela. A educadora física Valéria Crema Boni, 34 anos, salienta que a capoeira é um veículo de informação, que leva, ao público e aos praticantes, cultura e respeito. Durante as aulas, ela afirma, também são abordadas as histórias do povo negro no Brasil. “Muitos deles se impressionam com a escravidão, faz com que eles cresçam conscientes”, enfatiza.

O aluno Kaike Guedes Bezerra comprova as falas de Valéria: “É importante porque é uma cultura antiga e que não pode morrer”.

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