Crianças encenam Paixão de Cristo em Machado

Atividade foi desenvolvida no Centro de Educação Infantil Recanto do Amanhecer - instituição religiosa ligada ao Lar dos Meninos, com a participação de 30 crianças entre 2 e 4 anos

VARIEDADES - GABRIEL BUOSI

Data 17/04/2019
Horário 10:20
José Reis: Turma do maternal, responsável pela encenação, conta com 30 alunos entre 2 e 4 anos
José Reis: Turma do maternal, responsável pela encenação, conta com 30 alunos entre 2 e 4 anos

Com a aproximação da Páscoa, não é difícil encontrar crianças espalhadas por todo o país e que ao serem questionadas sobre o verdadeiro sentido da data, vão mencionar os ovos de chocolate, caixas de bombons e coelhos da Páscoa. Na contramão dessa realidade do século tecnológico, em que muitas tradições perderam o significado, a reportagem acompanhou uma encenação da morte de Jesus Cristo, composta por crianças de 2 a 4 anos, em uma atividade que facilmente emocionou a quem assistiu. O teatro foi desenvolvido pelo Centro de Educação Infantil Recanto do Amanhecer, em Álvares Machado, instituição religiosa ligada ao Lar dos Meninos, e, sem dúvidas, conseguiu mudar o feriado das 30 crianças participantes, que não hesitaram – e acertaram – ao falarem sobre o que representa a aproximação da data.

A professora do maternal, Pâmela Angélica dos Santos, afirma que todos os anos a instituição trabalha com a temática no mês de abril, de forma que para 2019 ela buscou uma novidade e que pudesse reviver a Páscoa. “Foi quando eu pensei em mudar a metodologia com a inserção do teatro, em uma atividade pedagógica e que colocasse em prática o que a gente iria abordar na sala de aula”. O projeto teve duração de duas semanas entre o conteúdo teórico, ensaios e apresentação, que ocorreu ontem. O papel de Jesus ficou a cargo do aluno de 3 anos e 8 meses, Pedro Henrique, e Maria foi representada pela estudante Sofia, de 2 anos e 4 meses.

Por falar em encenação, dificilmente a reportagem conseguirá descrever a riqueza de detalhes, mas vale a pena a tentativa. O grupo de 30 crianças aguardava no espaço de recreação da escola, todos com as vestes adequadas à época em que a crucificação ocorreu, e em um silêncio e organização que chamava a atenção, justamente por serem crianças e que, em sua maioria, levaria na brincadeira todo o teatro. O contrário ocorreu, já que, ao longo da visita, o único momento em que a brincadeira tomou conta do espaço foi o fim do teatro, quando as crianças foram dispensadas a voltarem à rotina da unidade. A seriedade do momento era retratada ainda no semblante das crianças, que expressavam a importância com a atividade, mas, além disso, no que ela representa aos cristãos.

“Na semana passada, quando questionamos sobre a Páscoa, todos falaram sobre os coelhos e chocolates, como era de se esperar, mas hoje, se você refizer a pergunta, saberá que essa realidade mudou e que nosso objetivo foi alcançado”, informa a professora. Já a diretora responsável pela unidade, Luciana do Carmo Garcia, ressalta que a ideia foi recebida de braços abertos, uma vez que no início do ano o planejamento apresentado enfatiza a importância de se trabalhar a religiosidade com as crianças, o que foi alcançado.

“Foi emocionante ver os ensaios e, principalmente, o teatro final. Ver que elas ainda tão pequenas já possuem o compromisso com o verdadeiro sentido da Páscoa e da história de vida de Jesus, é gratificante. Foi um momento em que falamos da partilha, amor, perdão e de sentimentos que devem ser trabalhados já na primeira infância”, lembra. O retorno dos pais, segundo a gestora, foi satisfatório, inclusive com depoimentos sobre as crianças ensinando em casa sobre o que aprenderam.

Atividade agradou

A pequena Maria Júlia Lima, de 3 anos e 8 meses, contou à reportagem que foi a primeira vez que participou de um teatro como o de ontem, e ressaltou que o maior aprendizado foi conhecer a história de Jesus. “Foi muito legal”. Já a aluna Lorena Almeida, de 2 anos e dez meses, informou que a família toda apoiou a ideia e disse que saber que Jesus foi morto na cruz marcou ela. “Falamos sobre importância da família aqui”. A amiga, Sara dos Santos, de 2 anos e dez meses, por fim, ainda que com pouca idade, lembrou que as crianças não devem se apegar ao chocolate. “Adorei o teatro”.

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