Criatividade: alunos do Cidadescola fazem arte com lixo eletrônico

Atividade faz parte de projeto de ensino artístico com material eletrônico inservível, no Inova Prudente, através da oficina Fab Lab

VARIEDADES - OSLAINE SILVA

Data 22/05/2018
Horário 08:49
Cedidas - Todas as obras criadas com lixo eletrônico pelos estudantes representam a natureza
Cedidas - Todas as obras criadas com lixo eletrônico pelos estudantes representam a natureza

Um gatinho, uma árvore e uma flor! Representando a natureza, inspirados no artista Vik Muniz, crianças fazem obras de arte com lixo eletrônico! A atividade faz parte de um projeto de ensino de arte com material eletrônico inservível, na Fundação Inova Prudente, em Presidente Prudente, através da oficina de criação Fab Lab.

“Para começar, apresentei um documentário aos alunos ‘Lixo Extraordinário’, um registro do trabalho desse artista plástico. Além das imagens reproduzidas com lixo eletrônico, os alunos irão produzir um HQ, conscientizando os leitores sobre como descartar corretamente esse material, ou como consumir de forma consciente. Como criamos a partir do que já existe, trabalho também a história da arte e fundamentos de desenho e pintura”, explica o professor da atividade, Itamar Xavier De Camargo.

O educador expõe que ministra a oficina diariamente a quatro turmas, cada uma com 25 alunos, participantes do programa Cidadescola, de 7 a 11 anos de idade, estudantes do 1º ao 5º ano.

“Dos 2 mil alunos atendidos pelo Inova, aproximadamente 500 passam pela minha oficina. Antes da aula eles conheceram um pouco do conceito de arte ambiental, as obras de Vik Muniz e sua história com o lixo e trabalhadores do aterro sanitário do Rio de Janeiro. Ele é um artista que aborda as questões ambientais em suas produções com o lixo. Como trabalhamos essas questões com os alunos e discutimos o que fazer com o lixo eletrônico produzido, chegamos a conclusão de que seria o artista adequado a nos inspirar”, menciona Itamar Xavier.

Para a aula artística de criação foi utilizado todo tipo de lixo eletrônico, desde disquetes a televisores, computadores, roteadores, entre outros itens. Conforme Itamar, durante o próximo Mutirão do Lixo Eletrônico na cidade, algo novo poderá ser criado.

“A ideia é utilizar parte do lixo que será arrecadado para a produção de uma grande obra. Depois da obra pronta, fotografamos e depois desmanchamos e encaminhamos o lixo para um ponto de coleta adequado.

Ficamos apenas com a imagem, da mesma forma que Vik Muniz faz. Ele expõe apenas as fotografias das obras que cria”, adianta o professor.

 

História em Quadrinhos

O professor Itamar adianta um pouquinho e conta que os personagens da HQ, que será lançada em outubro, são componentes eletrônicos que ganharam vida a partir da imaginação dos próprios alunos, que emprestaram características humanas a eles.

“Um dos personagens, um celular com olhos narizes e boca chama - se Nokinha! No mesmo dia do lançamento será realizada a exposição das obras de arte produzidas até então. E, também ocorrerá a premiação do Rei da Leitura 2018”, salienta Itamar.

 

SAIBA MAIS

Documentário

Idealizado pelo produtor inglês Angus Aynsley, o documentário “Lixo Extraordinário”, que estreou no Festival de Sundance em 2010, apresenta a produção de obras de arte com materiais coletado no aterro do Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro. Ao longo da produção, entre os anos de 2007 e 2008, transformações se produzem na vida e nas visões de mundo dos sete catadores de lixo participantes do projeto - entre eles, Tião Santos, presidente da Associação dos Catadores do Aterro Metropolitano do Jardim Gramacho.

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