Crise de representatividade pode elevar abstenção

Eleições - ANDRÉ ESTEVES

Data 27/10/2018
Horário 06:01

Considerando que o grande número de abstenções registrado na região é um possível reflexo da crise de representatividade, tudo indica que o total de ausências deve crescer no segundo turno, aponta a socióloga Olivia Alves de Almeida. Conforme noticiado por este diário, dos 662.815 eleitores esperados na 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo, 166.059 não compareceram às urnas no primeiro turno, o que corresponde a um nível de abstenção de 25%, superior ao índice nacional, de 20,3%, de acordo com dados levantados junto ao sistema Divulga, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Ela argumenta que a projeção pode ser atribuída ao menor número de candidatos, de modo que a identificação com cada um deles e seus respectivos projetos pode ser ainda mais difícil.

Olivia expõe que a abstenção é um direito e não tira da pessoa a prerrogativa de reivindicar ações posteriormente. Entretanto, defende que votar é um dos pontos principais do exercício da cidadania e deixar de desempenhar esse papel pode afastar os cidadãos da política, que “é algo de extrema importância para todos”. “De certa forma, o mesmo pode ser dito sobre votos brancos e nulos, pois, ainda que vá até o local de votação, a pessoa não escolhe de fato um candidato que se aproxime de suas afinidades políticas”, completa.

A socióloga relata que a descrença no sistema político é um “grande problema”, mas que pode ser solucionado em longo prazo por meio de uma educação que traga este eixo para o centro dos debates, sensibilizando a população sobre a importância do tema. “Temos visto algumas mudanças no que se refere à representatividade, com o aumento da eleição de mulheres, por exemplo, o que indica que já estamos em busca de transformações”, denota.

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