Cultura da soja cresce 34,31% na região

Em termos de variação, EDR de Dracena apresentou maior crescimento no Estado, com 13,025%, segundo dados divulgados pelo IEA (Instituto de Economia Agrícola)

REGIÃO - THIAGO MORELLO

Data 09/03/2019
Horário 05:12
Arquivo - Safra 2018/2019 promete colheita de 18 mil ha da oleaginosa
Arquivo - Safra 2018/2019 promete colheita de 18 mil ha da oleaginosa

A área de soja plantada no Brasil todo na safra atual, de 2018/2019, alcança 35,76 milhões de ha (hectares), o que dá um acréscimo de 1,7% em comparação a 2017/2018. Na região de Presidente Prudente, formada pelos EDRs (Escritórios de Desenvolvimento Rural) de Dracena, Prudente e Presidente Venceslau, esse índice é maior, chegando a 3,68%. Contudo, tais dados divulgados pelo IEA (Instituto de Economia Agrícola) do Estado de São Paulo, mostram ainda que o superávit é mais expressivo nos últimos cinco anos. O levantamento feito pelo órgão recentemente aponta um acréscimo de 34,31% na sojicultura regional, entre as safras de 2013/2014 e 2018/2019.

Durante esse período - em 2017 - para se ter uma ideia, o instituto aponta que a oleaginosa foi a atividade agrícola que ocupou a terceira maior área no Estado, perdendo somente para a pastagem e a cana-de-açúcar. A expansão chegou até mesmo em regiões de menor tradição no cultivo da cultura até então, como por exemplo, o EDR de Dracena.

Nessa evolução do quinquênio, o estudo feito pelo IEA destaca o escritório como o que mais apresentou aumento na produção em comparação com as outras regiões: o de Dracena, que foi de 0 para 1,1 mil ha. Contudo, o diretor técnico do EDR de Dracena, Luís Alberto Pelozo, esclarece que apesar do destaque no acréscimo, ele não necessariamente significa uma produção expressiva, já que anteriormente sequer existia a cultura. Ele lembra que no passado os produtores chegaram a plantar soja, masque não vingou à época.

E o crescimento por lá pode ser justificado de duas formas. Segundo Luís, a cultura tem sido utilizada para a renovação do solo anteriormente ocupado pela produção de cana-de-açúcar, assim como o amendoim. “Esse ano que a soja aumentou realmente, alternando com o amendoim para a restauração da área, duas leguminosas importantes para isso. Mas a rentabilidade também conta, já que a cultura tem apresentado bons rendimentos”, completa. É a junção da técnica com a parte econômica.

O cenário também é explicado dessa forma pela região de Prudente. Mas o presidente do Sindicato Rural da cidade, Carlos Roberto Biancardi, também é necessário falar da intenção de mercado, que sempre será importante para avaliar o que deve ser plantado ou não. “Não só a restauração do solo, que é muito importante. Mas o que mais se vende e se planta, geralmente, é o que mais tem valor de e demanda nas transições de compra e venda”, argumenta.

E para o futuro, tanto Biancardi quanto Luís apostam que para os próximos anos a tendência é se manter dessa forma. “No caso de Dracena, a partir do momento que você vai se estruturando e vai se adaptando com a cultura, o destino é expandir, mesmo que aos poucos”, detalha. A reportagem também entrou em contato com o EDR de Venceslau, mas não conseguiu contato.

Intenção de plantio

Devido ao aspecto de crescimento e expansão comprovada, há até quem queira fazer parte. O agricultor Odair Gomes, de Flórida Paulista, nunca trabalhou com a soja, entretanto, garante que tem pensando nisso nos últimos tempos, ao saber dos números de hectares. “Meu ramo sempre foi a batata-doce, milho e o próprio amendoim das águas, como fonte de restauração. Mas a soja tem crescido na região e no Estado, se colocando como um cultivo rentável”, afirma. Com isso, ele espera que, no máximo até a próxima safra, já está trabalhando com a sojicultura.

 

EXPANSÃO DA SOJICULTURA

EDR

Safra (ha)

Variação (%)

2013/2014

2017/2018

2018/2019

2013/2014 para 2018/2019

2017/2018 para 2018/2019

Dracena

0

800

1.100

13.025,0%

34,3%

Presidente Prudente

48.400

60.700

59.700

23,3%

-1,5%

Presidente Venceslau

6.100

9.100

12.400

104,0%

35,8%

TOTAL

54.500

70.600

73.200

34,31%

3,68%

Fonte: IEA

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