Demanda de testes de HIV em Prudente cresce até 35% no período pós-carnaval

Dois dias após o término da folia, demanda espontânea de procura pelo SAE/CTA para realização do teste de sorologia foi de 25 jovens na faixa etária entre 19 e 30 anos

PRUDENTE - OSLAINE SILVA

Data 17/03/2019
Horário 04:03
Arquivo - Após o primeiro teste, pessoa será acompanhada repetindo o mesmo em 30, 60 e 90 dias
Arquivo - Após o primeiro teste, pessoa será acompanhada repetindo o mesmo em 30, 60 e 90 dias

“Prevenir é o melhor remédio! Use camisinha!”. Antes do carnaval, as esferas governamentais federal, estadual e municipal mobilizaram ampla campanha sobre a importância do uso do preservativo durante os dias de festa, no entanto, nem sempre os foliões aproveitam o feriado prolongado para se divertir com consciência. Para se ter uma ideia, conforme o coordenador do SAE/CTA (Serviço de Assistência Especializada/Centro de Testagem e Aconselhamento), Jefferson Saviolo, dois dias após o término da folia, a demanda espontânea de pessoas que procuraram o órgão para realização do teste de sorologia para o HIV foi de 25 dentro da faixa etária entre 19 e 30 anos. Até a última quinta-feira, pouco mais de uma semana após o evento, já foram 62 testes realizados, três a menos que o comparado ao ano passado, que foi de 65. “Sempre após o carnaval temos um aumento em nosso CTA que varia entre 20% a 35% se comparado aos dias normais. Pessoas que acabaram se colocando em risco”, lamenta o coordenador.

Agora não tem mais como, mas, Jefferson explica que dentro de 72 horas, período chamado de janela imunológica ou ainda período em que o vírus fica “adormecido” no corpo humano, é possível recorrer à PEP (profilaxia pós-exposição), que se trata de um coquetel de remédios antirretrovirais ministrados após uma relação desprotegida, para evitar o contágio. “São utilizados os mesmos medicamentos do tratamento do HIV. Mas, o correto e que sempre aconselhamos é que façam sexo seguro, com preservativo. Não fez isso? Bateu o peso na consciência, desconfiança, aquele medo, procure imediatamente uma unidade de saúde o mais rápido possível, porque assim poderão entrar com a medicação. Será feito o teste, e um acompanhamento com a repetição do teste após 30, 60 e 90 dias, pois é o tempo que condiz entre o contato com o vírus e a possibilidade de da infecção”, explica

Jefferson lembra que todas as UBS (Unidades Básicas de Saúde) realizam o teste gratuitamente. Além disso oferecem preservativos nas mesmas condições. Só faz sexo desprotegido quem quer. Quem não se preocupa com seu próprio bem-estar, ou do outro.

Outras preocupações

Embora o HIV tenha maior visibilidade, há outras doenças infectocontagiosas, DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis), IST (Infecções Sexuais Transmissíveis) às quais as pessoas estão suscetíveis, como sífilis, hepatite B e C em todo o mundo.

Conforme o coordenador, existe uma preocupação grande com a sífilis que vem aumentando e muito em todo o país. Problema este, exatamente pelo fato de as pessoas não se cuidarem e mesmo com tantos recursos disponíveis insistem em ter relação sexual desprotegida. “Em caso de sintomas dessa doença é preciso buscar o atendimento médico imediatamente. A sífilis está dividida em fases: a primaria, secundária em que os sintomas aparecem com maior evidência e o risco de transmissão é maior. A latente, praticamente assintomática. E, a terciária”, acentua o coordenador.

CUIDADO

- Sexo seguro, protegido, é um conjunto de práticas que reduzem o risco de infecção durante a relação sexual, de modo que impede o desenvolvimento de doenças sexualmente transmissíveis, como HIV, sífilis, hepatite B e C.

- A sífilis pode também ser transmitida verticalmente, da mãe para o feto (durante a gestação ou na hora do parto), por transfusão de sangue ou por contato direto com sangue contaminado. Se não for tratada precocemente, acaba comprometendo vários órgãos como olhos (cegueira), pele, ossos, coração, cérebro, sistema nervoso. Ela pode levar à morte!

 

SAIBA MAIS

SINAIS E SINTOMAS DA SÍFILIS

 

Sífilis primária

Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 a 90 dias após o contágio. Essa lesão é rica em bactérias. Normalmente não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha.

 

Sífilis secundária

Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida inicial. Podem aparecer manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. Essas lesões são ricas em bactérias. Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo.

 

Sífilis latente – fase assintomática

Não aparecem sinais ou sintomas. É dividida em sífilis latente recente (menos de dois anos de infecção) e sífilis latente tardia (mais de dois anos de infecção). A duração é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.

 

Sífilis terciária

Pode surgir de dois a 40 anos depois do início da infecção. Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.

Fonte: Ministério da Saúde

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