A Prefeitura de Presidente Prudente, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, reuniu a imprensa para falar sobre um assunto que assombra todos os verões: a dengue. Com 94 casos confirmados, e 887 notificações, até ontem, a capital do oeste paulista parece a caminho de repetir a epidemia do ano passado, quando, em janeiro, haviam 91 casos confirmados, número que chegou a 7,6 mil registros positivos. Tendo em vista a possibilidade de epidemia, o prefeito Nelson Roberto Bugalho (PSDB) decidiu decretar, nos próximos dias, situação de emergência, com o intuito de “brecar” a expansão da doença com ações preventivas e de forma mais econômica.
Vale salientar que, no fim de janeiro, Prudente registrou a primeira morte suspeita por dengue do ano: de uma idosa de 92 anos, moradora do Residencial Jarina, zona leste do município. A Prefeitura ainda aguarda o resultado do exame.
A preocupação do prefeito também se fundamenta no índice predial, que calcula o número de imóveis onde foram encontradas larvas do Aedes aegypti em relação ao total de prédios. A diretora da VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal), Elaine Bertacco, afirma que o cálculo aponta situação crítica, com 6,1, quando o recomendado é inferior a 1.
Para contornar a situação, Elaine, o prefeito e o secretário municipal de Saúde, Valmir da Silva Pinto, destacam a necessidade da população lembrar-se das dificuldades enfrentada nos últimos anos, de forma a auxiliar a Prefeitura nas ações, especialmente as que se referem à limpeza da cidade e terrenos públicos ou particulares. Em 2019, para se ter ideia, os mutirões retiraram mais de 500 caminhões de lixo, o que soma 300 toneladas de objetos que poderiam ser criadouro do mosquito.
Valmir afirma que se as equipes da VEM encontrarem terrenos com criadouros do Aedes aegypti, aplicarão notificações, e se no prazo estipulado o problema não for sanado, farão autuações, “para espaços públicos ou privados”, nas quais são aplicadas multas de, no mínimo, 200 UFMs (Unidades Fiscais do Município), que equivalem a aproximadamente R$ 770.
O secretário comentou, ainda, a respeito da chegada do veneno Malathion, utilizado para a nebulização. Valmir ressalta que ainda farão reunião com a Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) para certificar-se da quantidade que será disponibilizada para Prudente e só então montar um plano para a nebulização nos bairros. “É importante não deixar o mosquito nascer, mas é necessário também matar o que está voando”, pontua.
PROTOCOLO DE
ATENDIMENTOS
“Houve, no ano passado, um acúmulo de pessoas nas UPAs [Unidades de Pronto-Atendimento], por isso, a orientação que passamos é que a população siga um protocolo em casos de sintomas de dengue”, informou o secretário de Saúde.
O protocolo definido, em conformidade com as diretrizes do Ministério da Saúde, solicita que aqueles que apresentarem sintomas de dengue procurem primeiramente a UBS (Unidade Básica de Saúde) ou ESF (Estratégia da Saúde da Família), pois, muitas vezes, nos casos mais simples, explicou Valmir, o tratamento baseia-se em reidratação oral. Nos casos mais sérios, os pacientes serão, portanto, enviados a uma UBS e, só então, se necessário, encaminhadas a um hospital de referência HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo, ou Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente.
“Não é para ir diretamente à UPA, pois o paciente será devolvido, com exceção dos casos com maior gravidade. Nossos profissionais estão preparados para o protocolo de atendimento”, salientou Valmir. “Em dias ou horários que as unidades estiverem fechadas, as pessoas poderão ir aos PAs [Pronto-atendimentos da Cohab e Santana] ou às UPAs, onde será definido se o acompanhamento será feito pela unidade, pela UPA ou pelo hospital de referência”, acrescenta.
Distribuição de casos positivos em Prudente
Região |
Casos Positivos |
Zona sul |
10 |
Zona oeste |
16 |
Centro sul |
12 |
Zona leste |
20 |
Centro norte |
10 |
Noroeste |
6 |
Zona norte |
20 |
Distritos |
2 |
Fonte: Vigilância Epidemiológica