Desprezo

OPINIÃO - Arlette Piai

Data 03/12/2019
Horário 04:29

O futuro será mais ou menos civilizado? Bem, os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) votaram contra a prisão em segunda instância, demonstrando não só retrocesso como desprezo pelo povo brasileiro, desprezo pelo sentimento nacional e por cada brasileiro de bem. Nosso país é, sim, o melhor lugar do mundo para se cometer crimes, porque aqui cadeia, quando ocorre, é para negros, pobres e prostitutas. Os condenados poderosos são, muitas vezes, aplaudidos e “liberados” para cometer mais crimes.

Parece lógico que não há necessidade de julgamento nem de primeira instância, para crimes comprovados. Se, de fato, foi mesmo praticado e comprovado: cadeia. Por que complicar? A decisão judicial tem a função e dever de exprimir a vontade da população garantida por lei e quem veste a toga tem o dever de fazer justiça, de não se deixar levar pela vaidade ou protecionismo. É muito vergonhoso os chamados – guardiões da Constituição – fazer o que fizeram. Será que têm o que esconder ou dívida com o ex-presidente e companhias?

Os ministros do STF votaram contra a prisão em segunda instância, demonstrando não só retrocesso como desprezo pelo povo brasileiro

Mas isso tudo leva a um questionamento: Quem vota? Quem os escolhe os políticos? Quem os deixa de forma vitalícia no poder por 20, 30, 40 anos – seja em âmbito municipal, estadual ou federal? A responsabilidade é de cada um de nós. Se existe ainda monarquia no Brasil - e cuidado, pode piorar!  -, se existe “profissão política” que passa de pai para filho e, muitas vezes, para neto, ocorre com a nossa autorização, com os nossos votos. 

As decisões judiciais não podem ser de direita, ou de esquerda, ou do avesso; o que ela deve é exprimir a vontade do povo expressa pela lei, com justiça, com respeito e com dignidade. Começaremos a mudar isso tudo a partir das próximas eleições? Toda e verdadeira mudança parte de todos os cidadãos, ou seja, da base para o ápice da pirâmide. Conforta-nos a verdade do provérbio oriental: “Tempos fáceis geram homens fracos e tempos difíceis geram homens fortes”. Quiçá a crise seja a nossa aliada.  

 

 

 

 

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