Dia dos Pais

OPINIÃO - Marcos Alves Borba

Data 07/08/2019
Horário 05:13

Todos nós, de alguma maneira, poderemos nos sentir sensibilizados e até comovidos com um pequeno gesto de uma criança ou de um adolescente que nos afaga, principalmente quando nos emitem afeto e carinho. Poderemos, de alguma maneira, nos fraquejar diante de gestos que nos mobilizam a entender seu mundo, quando sua demonstração fica totalmente indefesa, querendo e buscando se sentir protegidos por nós. Partindo desse princípio, é possível que, muitos de nós, como simples aprendizes, ainda não entendemos o mundo das crianças e dos adolescentes, e veja que já passamos por isso há algum tempo. Nossa passagem como aprendizes nos faz relembrar nossas ações diante de nossos pais, o que muitos chegam a pensar que nesse tempo, mesmo distante, perpetuam nuances de um tempo que não faz a mínima diferença.

Não queremos ficar somente no âmbito da nostalgia de um tempo que não volta, mas desde que nos entendemos por gente é salutar um resgate que nos afaga sabedoria de tempos produtivos. De forma muito consciente, nos permitimos que cada tempo tenha seu verdadeiro sentido de distribuição de valores, aquele que cada pai dá a seu filho, ou aquele que cada filho entende e emite aquilo que melhor lhe convém (mesmo de maneira imatura), ao seu pai.

Nos encontros de pais e filhos, ou de filhos e pais, é notável que a matriarca da casa saiba vincular sua melhor performance como mentora, para que essa unificação sentimental possa evoluir junto de qualquer família. Mas, não sejamos tão ingênuos em não perceber que muitos, infelizmente, não têm essa contribuição dessa célula mater, o que faz com que esse pai assuma mais esse grande desafio. Procuramos, nos dias atuais, entender o que cada um pode oferecer, mesmo nesse translado efêmero de ideias, encontros, brincadeiras e participação efetiva que a natureza nos permite vivenciar e curtir com a maior intensidade. Se os tempos são outros, é notável que a importância desse relacionamento entre o pai e o filho, sem dúvidas que cada um poderá fazer o melhor.

Nas casas, nos condomínio, nos viadutos, nas praças, nas ruas, nos asilos, nos hospitais, nos presídios, nas igrejas, isto é, em qualquer lugar desse mundo, é perceptível o quanto que muitos clamam pela sua nobreza, de poder chamar de meu querido e velho pai. Desde os jogos de botão, do futebol de pregos, da dama, do dominó, do carrinho de rolimã, da carriola, do chute ao gol, do soltar pipa, do jogo de bets, do videogame, ou do assistir uma sessão da tarde ou tomar um sorvete.

Talvez, tão poucos são os nossos momentos, as nossas brincadeiras, as nossas brigas, os nossos abraços, os nossos olhares, que talvez não tenhamos um pequeno tempo de poder discutir sobre tudo isso. Talvez, isso que pretendemos fazer não poderá ser agora, pois não temos tempo, poderia ficar para outro momento?

Ainda, e em determinados momentos, mesmo sabendo dos sete dias da semana, e o dia tendo as 24 horas, não seja o suficiente para que esses encontros não sejam o possíveis. Nos conformar com uma série de justificativas, devido uma necessidade de se dedicar ao trabalho pela grande lógica de sobrevivência, sem dúvidas que desde os tempos antigos essa busca constante de se aliar pai e filho se finda até hoje. Não temos a eternidade e, muito menos o controle do tempo, mas de maneira muito simples e eficiente, podemos nos privar de algumas inconstâncias que a vida nos prega, e procurar fazer dos pequenos encontros os momentos mais rentáveis possíveis. Mesmo aqueles que não têm ou simplesmente não sentem este carinho, não sofram, basta agradecer pelo mundo que o trouxe até aqui. Grato e bravo a todos os pais!

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