Nesta semana, diversas atividades envolvendo o público idoso foram realizadas país afora, inclusive em Presidente Prudente. As ações, alusivas à data instituída para homenagear a terceira idade - 1º de outubro – serve, principalmente, para nos levar à reflexão sobre o papel que a faixa etária desempenha na sociedade. Infelizmente, o envelhecimento é encarado como um tabu no Brasil, como algo pejorativo, como se ser velho fosse um estorvo, até mesmo um xingamento.
Fato é que toda essa distorção de valores está atrelada a questões culturais, em que o desrespeito aos idosos começa dentro de casa, entre a própria família. Em muitos casos, as crianças presenciam seus pais tratando seus avós com desdém, sem levar em consideração suas opiniões e vontades, e passam a internalizar e repetir esse comportamento como se fosse natural. Óbvio que não podemos generalizar. Muitos familiares têm nos mais velhos seus exemplos, aproveitam de sua experiência e sabedoria para guiar suas vidas, enfim, os tratam com respeito, dignidade e, acima de tudo, amor.
A aparência física e a busca incansável pela juventude também reforçam a ideia de que não há espaço para os idosos na sociedade. Trata-se de um conceito perverso, que faz com que a própria faixa etária não consiga enxergar sua relevância nesta etapa da vida.
Para que haja uma mudança de paradigma é necessário, em primeiro lugar, que as pessoas aceitem o envelhecimento como algo inerente à existência. É preciso entender que envelhecer nada tem a ver com o estado de espírito, pois é perfeitamente possível ter 90 anos e manter a mente jovem, repleta de sonhos e perspectivas de vida. O inverso também é verdadeiro. Quem nunca conheceu alguém com pouca idade, mas que vive reclamando de tudo, como se carregasse o peso de uma idade avançada? As sociedades verdadeiramente evoluídas sabem valorizar sua história e quem a construiu. Desprezar a importância dos idosos neste contexto é anular a própria existência.
