Doações de sangue não tiram férias e precisam de atenção especial

EDITORIAL -

Data 06/01/2019
Horário 05:48

O ato de doar sangue pode e deve ser considerado como uma das ações altruístas mais bonitas que o ser humano pode realizar para com o próximo, que muitas vezes nem é tão próximo assim, já que são diversas as pessoas que doam sem sequer conhecer o paciente que será beneficiado. Sem receber um centavo sequer ao ajudar o próximo, doadores são movidos exclusivamente pela vontade de exercer o bem e promover vida a quem precisa. Mesmo sendo um ato tão generoso, é comum ler reportagens neste diário sobre a dificuldade enfrentada por bancos de sangue, como a veiculada na edição de ontem, que afirma haver uma queda de até 30% nas doações neste período do ano.

Na ocasião, o Núcleo de Hemoterapia de Presidente Prudente, anexo à Santa Casa de Misericórdia, informou que a meta é a de estabelecer 1.250 bolsas por mês, o que permite o atendimento a 45 cidades da região, mas lembrou que é necessária uma mobilização maior por parte da população para que tais atendimentos ocorram com tranquilidade. No HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo, a realidade não é diferente, já que foi informado à reportagem que a meta para o ano é de conseguir mil bolsas mensais, o que precisaria de 34 doadores diários, sendo que a realidade atual é de uma média de 22 bolsas.

A baixa movimentação das doações pode estar atrelada, por exemplo, ao período de férias coletiva das empresas, ou dos jovens que ganham o merecido descanso das universidades e retornam aos seus lares, muitas vezes fora da região. Há, ainda, aqueles que estão em casa descansando e não querem compromissos, apenas descansar. Vale lembrar, no entanto, que a saúde do próximo não tira férias e, por isso, depende todos os dias, horas e minutos, da solidariedade do próximo para que as conquistas sejam alcançadas e melhores estados de saúde registrados.

Por isso, não hesite em desperdiçar alguns minutos do seu dia, algumas vezes no ano, para exercitar a doação de sangue, que com três bolsas colhidas é capaz de salvar diversas vidas. Para que isso ocorra, nem é necessário muito esforço ou grandes requisitos, já que alguns exemplos de restrições são: não ter realizado cirurgias ou partos nos últimos seis meses, não ter anemia, não ter ingerido álcool nas últimas 12 horas e não ter comportamento de risco para doenças sexualmente transmissíveis. Ciente disso, o geógrafo aposentado, João de Deus Souza Silva, 56 anos, aproveitou para doar parte do seu sangue e deu seu depoimento na reportagem de ontem. “É um esforço mínimo para salvar vidas”. E de fato é!

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