Poupar dinheiro requer planejamento, segundo a especialista em Contabilidade e Educação Financeira, Maria Lucia Ribeiro da Costa. Ela conta que esteve presente diversas vezes, em pesquisas de consumo realizadas no centro de Presidente Prudente, com o intuito de avaliar o conhecimento da população em relação às taxas de juros referentes compras a prazo. Após os dados, foi constatado que os cidadãos não conhecem de fato, pois quando adquirem algum produto, em várias parcelas, com um valor pequeno, acham que estão conseguindo uma vantagem na hora da compra. “Na verdade, quando você divide em 12 ou 24 vezes, acaba por pagar o dobro pelo produto no final. Se as pessoas economizassem para pagar à vista, sairia mais em conta”.
Questionada sobre a população brasileira em relação à educação financeira, ela aponta que o grande problema é que as pessoas não sabem guardar, pois ainda tem gente que trata o cheque especial e o cartão de crédito como um salário a mais, um dinheiro extra para ser utilizado em casos de emergências. “É nesse momento que ocorre o endividamento, porque não conseguem pagar as taxas de juro e tudo vira uma bola de neve”, explica.
Um conselho que Maria Lucia fornece aos clientes é que eles não possuam mais de um cartão de crédito, já que o limite oferecido varia de banco para banco, de acordo com o salário do consumidor, mas na maioria das vezes ele não consegue saldar mais de um limite. “Existem opções mais flexíveis de crédito, onde o cliente não paga as taxas anuais, é preciso buscar”. Além disso, evitar recorrer a consórcios e financiamentos, porque são cobradas altas taxas de manutenção e só depois de um período, o indivíduo pode adquirir o bem.
Para quem está começando, ela acredita que a poupança é um bom investimento, porque estimula o cidadão a criar o hábito de ganhar dinheiro, e que depois, após conhecimento ele, pode começar a fazer outros investimentos como o Tesouro Direto, Taxa CCB, entre outros.
A educadora acrescenta que 20% do salário deve ser reservado para emergências. Os 80% restantes devem ser utilizados para os gastos mensais, como água, luz e telefone. “Não é sobre o quanto uma pessoa ganha, mas sim o quanto ela consegue guardar. Administrar é a chave de tudo”. Ela diz que a educação financeira deve ser ensinada pelos pais para os filhos ainda na infância.
“Na verdade, quando você divide 12 ou 24 vezes, acaba por pagar o dobro pelo produto no final. Se as pessoas economizassem para pagar à vista, sairia mais em conta”
Maria Lucia Ribeiro da Costa
especialista em Contabilidade e Educação Financeira
DICAS PARA ECONOMIZAR DINHEIRO
- Fazer o planejamento mensal em papel, planilhas ou aplicativos de celular. Nele, é possível anotar aquilo que se ganha e o que se gasta, o quanto de dinheiro sobra ou o saldo negativo no fim do mês;
- Projetar melhorias: anotar para o próximo mês, o que pode ser reduzidos nas despesas;
- Traçar planos e metas: apontar pontos que você deseja chegar, sonhos que pretende realizar, pode ser uma viagem no fim do ano, a compra de um veículo ou imóvel. E depois questionar-se quando deve ser economizado para adquirir o produto.
