Educação é responsabilidade dos pais e complementada pelo Estado

EDITORIAL -

Data 24/04/2019
Horário 04:00

Ontem foi celebrado o Dia Mundial do Livro e do Direito do Autor. Criada pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), a data visa encorajar as pessoas, especialmente os jovens, a descobrirem os prazeres da leitura, e conhecerem a enorme contribuição dos autores de livros através dos séculos. A iniciativa é válida, sem dúvida alguma, contudo, no Brasil não há muito que se celebrar neste dia. Isso porque, pesquisa com dados de 2016 desenvolvida pelo Instituto Pró-Livro revela que o brasileiro lê em média 2,43 livros por ano. Número muito baixo, e que tende a cair ainda mais, se considerarmos o alto fluxo de concorrência exercido pelos aparatos tecnológicos e a ausência do hábito da leitura entre os pais, que, consequentemente, deixam de incentivar seus filhos.

A sociedade moderna trouxe desenvolvimentos, mas o preço que se paga pelo avanço tecnológico é caro, e tem sido evidenciado com o passar dos anos. Tudo concorre pela nossa atenção. As pessoas não param em casa, vivem correndo em busca de dinheiro e, quando encontram, continuam correndo em busca de gastá-lo. Quando param, sobra um tempinho, vem a recordação que se é ser humano, com necessidades. Prazer, prazer, prazer. E nessa busca frenética, nasce um filho. E agora, onde encaixar um filho em toda essa rotina?

É aí que as responsabilidades são terceirizadas. Celular, Youtube, youtubers redes sociais, amigos, creche, escola, enfim, tudo e todos assumem o papel de educar a criança, menos os pais, que deveriam ser os principais responsáveis por isso. Coloca-se um celular na mão da criança e, pronto, “posso viver minha vida, todos os meus problemas foram solucionados”.

Evidente que, a essa altura, só um louco se levantaria veementemente contra o avanço tecnológico. O problema não está na tecnologia, ela veio para auxiliar. A falha está em uma geração imatura e egoísta que decidiu ter filho, mas que não pensou na importância e na responsabilidade que é conceber um ser humano. Oxalá voltasse a época em que os pais tinham tempo para seus filhos, liam e ensinavam a ler, ao invés de apenas correr atrás de dinheiro.

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