Em um mês, 27 cidades somam 876 casos de dengue

Maioria dos municípios onde circula O Imparcial já registra confirmações ou suspeitas da doença, conforme levantamento realizado pela reportagem

REGIÃO - MARCO VINICIUS ROPELLI

Data 29/01/2020
Horário 04:01
Arquivo - Com falta de inseticida, única alternativa das prefeituras é atacar criadouros das larvas de Aedes aegypti
Arquivo - Com falta de inseticida, única alternativa das prefeituras é atacar criadouros das larvas de Aedes aegypti

O período de chuvas faz renascer uma preocupação em nossa terra de clima tropical. O cenário é propício para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que coloca seus ovos em águas limpas e paradas. De 27 cidades, onde circula O Imparcial, 21 já possuem casos confirmados da doença em 2020, enquanto três possuem casos suspeitos (Estrela do Norte, Nantes, Taciba) e quatro não possuem qualquer notificação que indique a presença do vírus (Alfredo Marcondes, Anhumas, Ribeirão dos Índios e Santo Expedito). No total, são 876 casos confirmados e mais de 1.340 suspeitos.

Os casos que mais preocupam são os de Rancharia, Caiuá, Martinópolis e Dracena, quatro cidades que ultrapassaram a marca dos 100 casos. Em Caiuá, por exemplo, os 105 casos confirmados e 183 que aguardam resultado de exames tomam magnitude quando comparados à população do pequeno município, que não supera os 6 mil habitantes. “O número preocupa, desde dezembro, quando começou a crescer os casos. Realizamos arrastões, bloqueio de residências, notificação de terrenos e outras ações”, pontua a enfermeira da Vigilância Epidemiológica, Priscila Carla de Almeida Gimenes, 41 anos.

A cidade que registra o maior número de casos na região é Rancharia, com 253 confirmados e 255 suspeitos. “Contamos, para o combate ao mosquito, com o apoio da equipe da Sucen [Superintendência de Controle de Endemias] de Presidente Prudente. Estamos planejando, também, mutirões aos sábados, com o apoio do Tiro de Guerra, além de termos intensificado as visitas às casas por agentes comunitários”, destaca o coordenador da Equipe de Vetores, Valter Santos, que afirma aguardar, em fevereiro, a chegada do veneno utilizado contra o mosquito.

A ausência deste inseticida tem preocupado há meses as prefeituras e secretarias de Saúde. O secretário de Saúde de Santo Anastácio, Norivaldo Antônio Bariani, suplica ao Ministério da Saúde que tome providências e envie o veneno antes que a situação dos municípios saia de controle, já que aguarda há tempos o envio e é acometido por uma “enrolação” por parte da esfera federal.

Como noticiado na edição de ontem, o Ministério da Saúde iniciou a distribuição de 139 mil litros de Malathion, o inseticida utilizado para matar o Aedes aegypti aos Estados. A Secretaria Estadual de Saúde, por sua vez, expõe que o veneno e larvicidas serão redistribuídos para municípios, incluindo a região de Presidente Prudente.

SITUAÇÃO DE

PRUDENTE

Em Presidente Prudente, maior cidade da região, até ontem, 58 casos da doença foram confirmados, e 513 aguardam confirmação, há inclusive um caso de morte suspeita de uma idosa de 92 anos, que foi a óbito no dia 21 de janeiro.

“Estamos sem inseticida e larvicida”, destaca a diretora da VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) Elaine Bertacco. Diante disso, as ações desenvolvidas pelo poder público estão baseadas na  conscientização. “Mandamos ofício para todas as igrejas, o padre tem um poder de convencimento dos fiéis, mandamos cartazes, folhetos para os ônibus, para empresas”. Ainda é realizado bloqueio de residências: “Quando tem um caso, apareceu a notificação, um suspeito naquela rua, então, nós delimitados as quadras ao redor desse caso e fazemos o bloqueio, o agente vai entrar na casa , vai ver se tem algum recipiente com água, ele vai dar as orientações”, explica Elaine. A última alternativa são as notificações e multas.

CIDADES COM

NÚMEROS BAIXOS

Das cidades que, como informado acima, não possuem casos confirmados, os motivos surgem como se fossem da mesma boca: “o apoio da população às ações da Prefeitura”. Em Santo Expedito, por exemplo, o coordenador da Vigilância Sanitária, Aparecido Trindade, 60 anos, explica que a comunidade abraça ações como mutirões de limpeza, conscientização em escolas e afins.

Em Estrela do Norte não é diferente. “A população atende as orientações”, salienta a profissional de IEC (Informação, Comunicação e Educação), Vagneia Maria Milani, 46 anos.

DENGUE EM 2020

CIDADES

CASOS CONFIRMADOS

CASOS SUSPEITOS

ALFREDO MARCONDES

0

0

ÁLVARES MACHADO

5

26

ANHUMAS

0

0

CAIUÁ

105

183

DRACENA

140

20

EMILIANÓPOLIS

1

0

ESTRELA DO NORTE

0

1

EUCLIDES DA CUNHA

2

6

IEPE

2

3

INDIANA

4

1

MARTINÓPOLIS

110

50

MIRANTE DO PARANAPANEMA

3

2

NANTES

0

1

NARANDIBA

2

16

PIRAPOZINHO

7

Não informado

PRESIDENTE BERNARDES

12

6

PRESIDENTE EPITÁCIO

85

161

PRESIDENTE PRUDENTE

58

513

PRESIDENTE VENCESLAU

65

56

RANCHARIA

253

255

REGENTE FEIJÓ

3

1

RIBEIRÃO DOS ÍNDIOS

0

0

SANDOVALINA

1

4

SANTO ANASTÁCIO

5

Mais de 10

SANTO EXPEDITO

0

0

TACIBA

0

5

TEODORO SAMPAIO

13

20

 

 

 

850

 

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