Entidade fomenta acesso de 430 deficientes em PP

PRUDENTE - IVE CAROLINE

Data 19/01/2018
Horário 11:59

O desafio da empregabilidade para PCDs (pessoas com deficiência) é uma realidade no país. Em Presidente Prudente, o quadro não é diferente. Segundo dados da entidade filantrópica Núcleo Tterê, que atua na profissionalização de deficientes para o mercado de trabalho da cidade, durante seus 26 anos de existência, cerca de 430 pessoas conseguiram emprego, o que gera uma média de 16 deficientes contratados por empresas por ano, conforme a coordenadora técnica Patrícia Navarro Fernandes Coelho.

“As empresas possuem um prazo de cota estabelecido por lei. A partir da procura, verificamos as pessoas com deficiência capacitadas para determinadas vagas e as inserimos no mercado de trabalho. Infelizmente, os números ainda são baixos, pois muitos empresários desacreditam na capacidade produtiva das pessoas com deficiência”, explica.

Conforme a coordenadora, a empresa deve adequar às vagas aquelas pessoas que conseguem desempenhar a função. O núcleo trabalha para esta indicação. “É preciso estar ciente que há limitações”, pontua.

“Estamos sempre fazendo campanhas de sensibilização aos empresários. Não tratando só a questão da obrigação e da multa por descumprimento, mas também de conscientização. A empresa que desrespeitar a Lei de Cotas e negar oportunidade de trabalho às pessoas com deficiência poderá pagar multa de R$ 1.617,12 a R$ 161.710,08”, acrescenta.

Segundo Patrícia, a baixa escolaridade e a falta de qualificação profissional são apontadas como as principais causas da não contratação de pessoas com deficiência, além da adaptação necessária na estrutura física das organizações, para que os espaços possam ser adequados ao trabalho e ao deslocamento dos profissionais.

“Nós, do Núcleo Tterê, queremos mudar esta realidade atual e oferecer oportunidades para estas pessoas especiais. Por isto, reforçamos que, aqueles que têm interesse em conhecer e participar da instituição, entrem em contato pelo 3905-1463 ou pelo e-mail ttere@ttere.org.br”, finaliza.

 

Jornal O Imparcial

Foto: Marcio Oliveira, Kléber trabalha em mercado

 

Valorização do PCD

O prudentino Kléber Antonio Rosa da Silva, um dos atendidos pelo núcleo, definiu sua oportunidade de emprego como “sensação de valorização”. Há um ano atuando como auxiliar pelos corredores do Supermercado Nagai, ele conta que a chance de trabalhar lhe trouxe inúmeros benefícios, além de garantir o seu “dinheirinho para comprar meus tênis, videogames e relógios”, objetos que adora.

“Eu não gosto de ficar parado e trabalhar para mim é muito divertido. Eu estou sempre pronto para ajudar qualquer setor que precisar de mim. As pessoas acham que nós não conseguimos render no trabalho como os outros empregados, mas isto não é verdade. Trabalhar nos dá a sensação de valorização”, ressalta.

E a dedicação de Kléber foi confirmada pelo gerente da empresa, Júlio César Veres. Segundo o responsável, três pessoas com deficiência trabalham na rede e desempenham funções de acordo com suas capacidades, “sempre tem apoio e auxílio da psicóloga e dos funcionários”, explica.

“Eles são realmente exemplares. Nunca faltam e nem criam empecilhos nas funções que estabelecemos a eles. Nossa intenção é mostrá-los, que são capazes de trabalhar como qualquer outra pessoa. Para tanto, damos toda a atenção necessária para que se sintam à vontade dentro da rotina de trabalho. Nós não os contratamos porque uma lei estabelece isto, mas porque eles também são cidadãos e têm o direito a empregabilidade como qualquer outra pessoa”, pontua.

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