Especialista analisa aumento previsto no salário

PRUDENTE - JANAÍNA TAVARES

Data 17/05/2018
Horário 09:12
Arquivo - Túlio diz que alta de 5% representa apenas um aumento bruto
Arquivo - Túlio diz que alta de 5% representa apenas um aumento bruto

No dia 4 de abril, o governo propôs um salário mínimo no valor de R$ 1.002 para janeiro de 2019, com pagamento em fevereiro e reajuste de R$ 48 se a proposta divulgada pela LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) for aprovada pelo Congresso. Com isso, há o ganho real (líquido) de 2,5%, conforme o IPCA (Índice Nacional de Preços Ao Consumidor Amplo). As informações em relação ao ganho são do economista Túlio Barriguella, que explica ainda que a alta de 5% sobre o atual valor de R$ 954, publicada pelo governo, representa apenas um aumento bruto.

“O salário teve um ganho real e o governo conseguiu corrigir além da inflação. Em contrapartida, ele perdeu em relação ao índice de poupança ao mês, que está em torno de 0,5%”, salienta o economista, que enfatiza como era a situação em anos anteriores. “No passado, a inflação estava fora da meta, o que prejudicava muitas vezes o salário mínimo que perdia com isso, mas em comparação com outros anos, 2018 foi o melhor em ganho real, porque a inflação está baixa no momento”, diz Túlio.

Devido a isto, o economista avalia como benéfico o crescimento salarial para os brasileiros, já que este fator significa a maior parte da população do país e também “tem o poder” de reajustar a Previdência Social. Porém, pondera ao falar que “às vezes alguns índices não contribuem para a prosperidade do ganho”. “O IGPM [Índice Geral de Preços do Mercado], por exemplo, afeta na questão de alimentos, aluguel, ou seja, situações do dia a dia que são essenciais e, dependendo dos índices, podem acarretar na perda salarial”, comenta.

Considerada como a primeira vez que o salário mínimo ficará acima da marca de R$ 1 mil, o governo ainda tem a possibilidade de mudar o valor, caso tenha alterações na previsão para a inflação deste ano. “Vamos torcer para que permaneça como está, porque o ganho real favorece a população num todo, desde a pessoa que começou a trabalhar agora, até as mais experientes e que precisam desse aumento”, analisa o economista.

A proposta já foi encaminhada para o Congresso, e o governo também divulgou no começo de abril, as propostas de correções salariais para 2020 e 2021. Pela averiguação, o mínimo iria para R$ 1.076 daqui dois anos e R$ 1.153 em três anos. Como exemplo, em 2013 o valor salarial atingia a marca de R$ 678 e, consequentemente, vem subindo até alcançar o preço atual.

 

Qual sua opinião

O que você acha da proposta de aumento do salário mínimo?

Nelson Aparecido Sampaio

vigilante, 48 anos

“A ideia é boa, e se for realmente acontecer, vai ajudar muitas pessoas que precisam do salário”

 

Francisco de Assis

auxiliar de fabricação, 52 anos

“Gostei dessa notícia, mas o problema é que se o salário aumenta, os preços de outras coisas também crescem”

 

Carmozina de Souza Benedito

aposentada, 65 anos

“Pra mim e meu marido que já aposentamos, também vai ser muito bom se o salário aumentar tudo isso”

 

Flávia da Silva Santos

Auxiliar de produção, 33 anos

“Não adianta ele crescer, se os preços de outras necessidades básicas também aumentarem e não na mesma proporção”

 

SAIBA MAIS

O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias estabelece as metas e prioridades para o exercício financeiro seguinte, orientando a elaboração do orçamento e dispõe sobre alteração na legislação tributária. Ainda estabelece a política de aplicação das agências financeiras de fomento e, com base na LDO aprovada pelo Legislativo, a Secretaria de Orçamento Federal elabora a proposta orçamentária para o ano seguinte, em conjunto com os ministérios e as unidades orçamentárias dos poderes Legislativo e Judiciário.

 

 

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