Especialista defende descentralização de equipamentos

Para Manoel Silva Félix da Costa, infelizmente é apenas com a presença de radares ou punições que boa parte dos motoristas age de forma consciente no trânsito

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 27/06/2019
Horário 04:05

Sobre a implantação de 35 radares em Presidente Prudente, medida que depende do andamento de um processo licitatório, mas que já está em negociações, o especialista em trânsito Manoel Silva Félix da Costa, afirma ver como positiva a medida, mas lembra que a cidade deveria descentralizar a presença dos dispositivos e pensar em pontos dentro dos bairros espalhados pela cidade.

Para o especialista, infelizmente é apenas com a presença de radares ou punições que boa parte dos motoristas age de forma consciente no trânsito. Por isso, ele lembra que as instalações futuras, como previstas pela administração, devem ser vistas com bons olhos por parte dos motoristas que seguem as leis de trânsito. “Penso que é preciso sim colocá-los nas vias arteriais, como as avenidas, e na área central. No entanto, toda a cidade precisa ser atendida, já que o trânsito existe ao longo de todos os bairros”, comenta.  Por isso, ele afirma ver como necessária a instalação, mas afirma que estudos precisam ser feitos, com a presença de especialistas, para traçar os pontos adequados.

Além disso, Manoel se recorda do artigo 61 do CTB (Código de Trânsito Brasileiro) que trata das normas gerais de circulação e conduta, até mesmo como uma forma de alerta aos motoristas. Para isso, ressalta que, conforme o artigo, a velocidade máxima permitida para vias que não contarem com sinalização deverá ser distribuída da seguinte forma nas vias urbanas: 80 quilômetros por hora nas vias de trânsito rápido – Prudente não conta com nenhuma delas, 60 quilômetros por hora nas vias arteriais – como as grandes avenidas da cidade, 40 quilômetros por hora nas vias coletoras – aquelas que nascem nas arteriais, e 30 quilômetros por hora nas vias locais, aquelas que nascem e morrem dentro dos bairros.

Ferramenta eficaz

Já a especialista em trânsito Luciane Napolitano, concorda que a fiscalização por radares e redutores de velocidade é de “extrema importância e necessidade” nos dias atuais, já que esses dispositivos, conforme ela, ainda são os meios mais eficazes para inibir o excesso de velocidade. “Um dos problemas mais graves no trânsito brasileiro é o excesso de velocidade. Essa é a causa de uma em cada três mortes por acidentes de trânsito em todo mundo”.

Ainda segundo Luciane, a velocidade inadequada reduz o tempo disponível para uma reação eficiente em caso de perigo, já que em alta velocidade, muitas vezes não há tempo suficiente para evitar um acidente. “É lamentável quando ouvimos a expressão ‘indústria da multa’, isso reforça uma grave distorção que existe na compreensão deste assunto, que tem sido combatida, há décadas, com muita dificuldade, pelos especialistas na área: a crença de que fiscalização é ruim deve ser combatida”.

Publicidade

Veja também