Esquecido, esporte prudentino míngua e perde suas memórias

EDITORIAL -

Data 20/12/2017
Horário 12:49

Entre seus significados descritos no dicionário, a palavra memória é estabelecida como a “função geral que consiste em reviver ou restabelecer experiências passadas com maior ou menor consciência de que a experiência do momento presente”. Representa a “faculdade de conservar e lembrar estados de consciência passados e tudo quanto se ache associado aos mesmos”. Mas também expressa o nome ou a reputação de um indivíduo. E é aqui que chegamos a Valter Sabino, ou Valtinho da Caiuá.

Mais do que adjetivos, Valtinho da Caiuá pode, ou deve, ser classificado com um substantivo: memória. Aos 75 anos, depois de paradoxalmente lutar contra o Alzheimer, o saudosista Valtinho da Caiuá faleceu na noite de segunda-feira e foi sepultado ontem, em Presidente Prudente, após 74 dias internado devido um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Ele se foi, mas sua memória não. Tampouco aquela que ele acumulou e ajudou a manter viva ao longo de tantos anos dedicados ao esporte prudentino.

Nas páginas de O Imparcial foram cinco anos colaborando com o conteúdo para coluna que ele idealizou, a seção “Memória do Esporte”. Extremamente zeloso, Valtinho garimpava o material, levantava as informações e, cuidadosamente, repassava à reportagem, que produzia o conteúdo. Posteriormente, preocupado com a memória, ele buscava as imagens na redação para que nenhuma dela se perdesse.

Mas além de contar, ele mesmo fez parte da história do futebol prudentino. Como jogador, atuou com as cores do Maristela FC, Corinthinha da Aviação e do Sanbra FC. Torcedor fanático do Tricolor do Morumbi, carregava também uma paixão pelo tricolor de Prudente, a saudosa Prudentina. Mas também valorizava o rival, o Esporte Clube Corinthians de Prudente. No final, Valtinho amava mesmo o futebol, mas não apenas, amava o esporte prudentino.

Pena que ele tenha nos deixado em um momento tão triste, em que não há muito que se comemorar no esporte prudentino. Já fomos destaque em inúmeras modalidades, em nível nacional e até mundial, e hoje lutamos pelas migalhas nas categorias ou divisões menores. Existem os potenciais, mas nada que se compare aos áureos tempos de outrora. O que torna a memória mantida e propagada por Valtinho da Caiuá ainda mais relevante.

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