Entre as inúmeras lacunas deixadas pela educação no país, uma delas, sem dúvida, impede o tão sonhado desenvolvimento do Brasil: a falta de ensinamentos relacionados à política. Infelizmente, muitos brasileiros não são politizados – pelo contrário, preferem fugir do assunto, ou saem propagando achismos, sem conhecimento de causa. As crianças, desde a tenra idade, já deveriam ser incentivadas a pegar gosto pelo tema, para que não se tornem adultos alienados, que nem ao menos sabem as funções dos Poderes e a distinção entre os cargos que representam a própria população e os Estados, como vereadores, deputados e senadores, por exemplo.
Como haverá, então, participação política? Como cobrar as pessoas a quem os votos foram confiados, se não raro vemos eleitores que nem se lembram em quem votaram? Para que uma transformação, de fato, ocorra, é preciso ser politizado. Muito se ouve: “Ah, eu não gosto de política”. “Não vou perder meu tempo com esse assunto, só tem corrupto mesmo”. Mais uma vez, o brasileiro deixando de fazer a sua parte ao empurrar sua obrigação de cidadão a quem quer que seja. A conjuntura socioeconômica do país também contribui para este cenário, visto que a principal preocupação de muitas famílias é colocar o alimento no prato – não sobra tempo para se preocupar com outros assuntos.
É por isso que a política deve fazer parte da formação educacional dos brasileiros. Mas, no país, isso parece tão distante, ao lembrarmos que o ensino, muitas vezes, deixa a desejar até no básico, como ler, escrever e contar. É a realidade dos tantos e tantos analfabetos funcionais que vemos por aí, que não conseguem interpretar aquilo que estão lendo. Se no Brasil, o voto é obrigatório, o que esperar de uma população que, em sua maioria, não tem senso crítico e é alheia às questões políticas, nas urnas?
“Apesar dos pesares” é preciso seguir com otimismo, pois são muitos os que se empenham em prol de um Brasil melhor e, consequentemente, de uma melhor qualidade de vida às pessoas. Como o encontro realizado nesta semana pelo Geduc (Grupo de Atuação Especial de Educação), do MPE (Ministério Público do Estado), entre vereadores de Presidente Prudente e representantes de grêmios estudantis, fomentando a participação política dos jovens. São ações como essa que conseguirão transformar a realidade do país.
