Já se imaginou usando um canudo biodegradável e comestível em substituição ao produto de plástico? Pensando nisso, estudantes do curso técnico em Química da Etec (Escola Técnica Estadual) Amim Jundi de Osvaldo Cruz criaram e desenvolveram a novidade ecologicamente correta.
As atividades tiveram início na disciplina de Planejamento de TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), a partir da preocupação dos alunos Alex Aparecido Vidotto, Aline Cristiane Molena e Ariane Guerra com a poluição ambiental.
“Todos os dias, milhões de canudos são descartados de forma inadequada. Por serem pequenos, a impressão que se tem é de que não farão mal ao meio ambiente. No entanto, isso não representa a verdade. Hoje, eles são um grande problema, sobretudo ao ecossistema marinho”, ressalta a professora orientadora da pesquisa, Edelma Alencar Lima Jacob.
Metodologia
A massa extraída do substrato de uma fruta representa a base para a confecção do produto. A tarefa inicial consiste em fazer a extração da polpa ou casca do fruto. Esse material é submetido ao aquecimento em temperatura capaz de extrair as moléculas constituintes do produto. Em seguida, a solução obtida é filtrada e recebe um solvente adequado. O resultado é um precipitado contendo um grupo específico de polissacarídeo (carboidrato composto por grande quantidade de moléculas de monossacarídeos, onde os mais comuns são os açúcares). Esse polissacarídeo, no entanto, pertence à classe das fibras. Na sequência, ele é seco em estufa até se transformar em um pó. Isso tudo é obtido de modo natural.
No próximo passo, os estudantes acrescentam esse polissacarídeo à polpa da fruta, levam ao cozimento, despejam o material em uma superfície para, por fim, após quatro dias de “descanso”, enrolarem os canudos. “Temos dois laboratórios com equipamentos e reagentes à disposição, sob a supervisão de professores qualificados e responsáveis. Com isso, desenvolvemos nosso projeto através de pesquisas e testes práticos nos laboratórios”, explica o aluno Alex.
“Foram testados vários alimentos constituídos de polissacarídeos até chegarmos ao produto. Pretendemos continuar os estudos, as pesquisas e realizar outros testes, para aperfeiçoar mais o nosso projeto”, diz Aline.
Segundo a orientadora Edelma, o produto desenvolvido, além de substituir o plástico, muito poluente ao ambiente, contribui para reduzir o desperdício de resíduos e, consequentemente, aumentar o aproveitamento das matérias-primas antes descartadas inadequadamente pela indústria de alimentos. “O tempo é curto, pois nosso projeto precisou de várias pesquisas. Como são poucas aulas dedicadas ao TCC, o produto necessita de mais testes. Contudo, o primeiro passo já está dado”, avalia Ariane.